Nada de novo, a leste, oeste, sul ou norte...
Interessante notar que toda a gente fala da crise global e todos culpam a crise subprime como primum movens da mesma .
Muitos, acerca da dimensão, dizem que é menos profunda que a dos anos 20/30.
Pode ser que o seja, mas o mundo na altura era diferente.
Muitos esquecem as políticas que levaram ao desastre.
Claro que sabemos que uma das causas foi a política neoliberal levada a cabo nos tempos da Dama de Ferro e a imposição das regras não avulsas do Consenso de Washington a todas as economias e a muitas nações tão diferentes umas das outras, como a Suécia, a Nova Zelândia, o Brasil, Japão, Argentina, numa grande série não desprezível em número, de países soberanos que por corrupção ou por mera sugestão de moldagem a uma coisa, a que alguém, supostamente perito, chamou de o fim da história, ao momento em que todos os países e povos do mundo iriam viver em regimes democráticos, e com sistemas económicos semelhantes, nem que fosse à força, como aconteceu no Iraque, por caminhos ínvios e com consequências ainda hoje por determinar, em termos de crimes perpetrados por exércitos regulares e irregulares ( Black Water) e sem o aval da Sociedade das Nações, organização pouco recomendável, a que se designou chamar de ONU.
A chamada globalização, nos termos em que nos é dado conhecer, que alguns elogiaram pelo burgo, e outros já tinham elegido como salvação do mundo, aliada à política da Senhora inglesa, reclamando para si, os louros do sucesso da economia sobre tudo o resto, esquecendo as pessoas, apesar dos vultuosos contributos de Bruxelas esbanjados e malbaratados em estradas e betão, com fatia de leão para os que nunca foram julgados por crimes de burla por desvio de fundos ou por tráfico de influências, nepotismo e todo o género de crimes, repartidos por todos os partidos e políticos do(s) regime(s), não esquecendo os que se consideram sempre impolutos, para além do bloco central.
Mas, de facto, quando as multinacionais fazem o que querem e os governos obedecem com lealdade canina, esquecendo as pequenas e médias empresas e os mercados que de facto interessam a uma pequena economia, e quando, voltando a fazer o quiseram, com a complacência dos de sempre, deslocalizaram as produções com os custos sociais e económicos que se conhecem, sem pagar pelo incumprimento a quem devem, ou seja o país, que não aos políticos corruptos, continuaram essas mesmas multinacionais, a ter lucros ainda maiores à custa de mão de obra escrava e infantil ( a ONU aqui nem pia…) procurando vender esses mesmos produtos, aos que não os podem comprar.
O velho Ford respondia, quando criticado por aumentar os seus operários sem consultar outros, muito simplesmente, que se não pagasse aos seus bem, quem compraria os seus automóveis?.
No Japão, apesar da crise deflacionária, nunca sucederam estes desastres sociais porque sempre tiveram uma economia familiar e de poupança, nunca de desemprego que consideram uma humilhação para os seus compatriotas, ao contrário do que muitos apregoam por aí..
As crises do capitalismo sempre enriqueceram um grupo de famílias conhecidas a nível mundial, quando as coisas acontecem, e nos parecem surpresas, para eles, os planos estavam há muito traçados.
Ganharam com a miséria provocada pela política neoliberal, ganham com a crise global provocada pelas deslocalizações e concentração das produções em países de escravos, ganham com a palhaçada de imposição de regimes corruptos por todo o mundo, aplaudidos pelo facto das multidões de rebanhos votarem, fazendo muitos sonhar que no voto está a virtude, convertendo isto na nova religião dos tempos modernos e com toda a liturgia que uma religião deve ter.
O secularismo baseia-se sempre, no fundo, em projectos milenaristas, não são diferentes em nada dos regimes não laicos, nem das várias teocracias.
Assim sempre foi, e assim irá continuar, aguardando-se com temor e tremor, como dizia o escritor, que os donos do mundo, não se resolvam por uma nova era de pragas globais, como foram a grande gripe, as grandes guerras, ou os regimes que à custa de milhões de vidas humanas tentaram remodelar o homem, sempre em nome de um homem novo.
Não há portanto nada de novo…
“ Um mercado livre global é um projecto destinado a falhar. Nisto, como em muitas outras coisas, assemelha-se a outra experiência utópica de engenharia social do século XX, o socialismo marxista. Ambos partilham o convencimento de que o progresso humano deve incluir uma civilização única entre os seus objectivos. Ambos negam que uma economia moderna pode surgir sob muitas variantes. Ambos estão preparados para cobrar à humanidade um elevado preço em sofrimento a fim de impor a sua visão singular do mundo. Ambos encalharam no confronto com necessidades humanas vitais.
Se fizermos da história o nosso guia, devemos esperar que o mercado livre global em breve pertença a um passado irrecuperável.. Como outras utopias do século XX, o laissez-faire global será engolido pela memória da história – juntamente com as suas vítimas.”
John Gray in “False Down”
Muitos, acerca da dimensão, dizem que é menos profunda que a dos anos 20/30.
Pode ser que o seja, mas o mundo na altura era diferente.
Muitos esquecem as políticas que levaram ao desastre.
Claro que sabemos que uma das causas foi a política neoliberal levada a cabo nos tempos da Dama de Ferro e a imposição das regras não avulsas do Consenso de Washington a todas as economias e a muitas nações tão diferentes umas das outras, como a Suécia, a Nova Zelândia, o Brasil, Japão, Argentina, numa grande série não desprezível em número, de países soberanos que por corrupção ou por mera sugestão de moldagem a uma coisa, a que alguém, supostamente perito, chamou de o fim da história, ao momento em que todos os países e povos do mundo iriam viver em regimes democráticos, e com sistemas económicos semelhantes, nem que fosse à força, como aconteceu no Iraque, por caminhos ínvios e com consequências ainda hoje por determinar, em termos de crimes perpetrados por exércitos regulares e irregulares ( Black Water) e sem o aval da Sociedade das Nações, organização pouco recomendável, a que se designou chamar de ONU.
A chamada globalização, nos termos em que nos é dado conhecer, que alguns elogiaram pelo burgo, e outros já tinham elegido como salvação do mundo, aliada à política da Senhora inglesa, reclamando para si, os louros do sucesso da economia sobre tudo o resto, esquecendo as pessoas, apesar dos vultuosos contributos de Bruxelas esbanjados e malbaratados em estradas e betão, com fatia de leão para os que nunca foram julgados por crimes de burla por desvio de fundos ou por tráfico de influências, nepotismo e todo o género de crimes, repartidos por todos os partidos e políticos do(s) regime(s), não esquecendo os que se consideram sempre impolutos, para além do bloco central.
Mas, de facto, quando as multinacionais fazem o que querem e os governos obedecem com lealdade canina, esquecendo as pequenas e médias empresas e os mercados que de facto interessam a uma pequena economia, e quando, voltando a fazer o quiseram, com a complacência dos de sempre, deslocalizaram as produções com os custos sociais e económicos que se conhecem, sem pagar pelo incumprimento a quem devem, ou seja o país, que não aos políticos corruptos, continuaram essas mesmas multinacionais, a ter lucros ainda maiores à custa de mão de obra escrava e infantil ( a ONU aqui nem pia…) procurando vender esses mesmos produtos, aos que não os podem comprar.
O velho Ford respondia, quando criticado por aumentar os seus operários sem consultar outros, muito simplesmente, que se não pagasse aos seus bem, quem compraria os seus automóveis?.
No Japão, apesar da crise deflacionária, nunca sucederam estes desastres sociais porque sempre tiveram uma economia familiar e de poupança, nunca de desemprego que consideram uma humilhação para os seus compatriotas, ao contrário do que muitos apregoam por aí..
As crises do capitalismo sempre enriqueceram um grupo de famílias conhecidas a nível mundial, quando as coisas acontecem, e nos parecem surpresas, para eles, os planos estavam há muito traçados.
Ganharam com a miséria provocada pela política neoliberal, ganham com a crise global provocada pelas deslocalizações e concentração das produções em países de escravos, ganham com a palhaçada de imposição de regimes corruptos por todo o mundo, aplaudidos pelo facto das multidões de rebanhos votarem, fazendo muitos sonhar que no voto está a virtude, convertendo isto na nova religião dos tempos modernos e com toda a liturgia que uma religião deve ter.
O secularismo baseia-se sempre, no fundo, em projectos milenaristas, não são diferentes em nada dos regimes não laicos, nem das várias teocracias.
Assim sempre foi, e assim irá continuar, aguardando-se com temor e tremor, como dizia o escritor, que os donos do mundo, não se resolvam por uma nova era de pragas globais, como foram a grande gripe, as grandes guerras, ou os regimes que à custa de milhões de vidas humanas tentaram remodelar o homem, sempre em nome de um homem novo.
Não há portanto nada de novo…
“ Um mercado livre global é um projecto destinado a falhar. Nisto, como em muitas outras coisas, assemelha-se a outra experiência utópica de engenharia social do século XX, o socialismo marxista. Ambos partilham o convencimento de que o progresso humano deve incluir uma civilização única entre os seus objectivos. Ambos negam que uma economia moderna pode surgir sob muitas variantes. Ambos estão preparados para cobrar à humanidade um elevado preço em sofrimento a fim de impor a sua visão singular do mundo. Ambos encalharam no confronto com necessidades humanas vitais.
Se fizermos da história o nosso guia, devemos esperar que o mercado livre global em breve pertença a um passado irrecuperável.. Como outras utopias do século XX, o laissez-faire global será engolido pela memória da história – juntamente com as suas vítimas.”
John Gray in “False Down”
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