Que capitalismo é este?
"Quando José Sócrates anunciou que a prioridade do Governo para 2009 era a defesa do emprego, colocou-se a jeito. As empresas ficaram a saber que o Governo está disposto a oferecer o que tem (e o que não tem) para segurar, ainda que artificialmente, postos de trabalho.
O primeiro sinal de que as empresas perceberam como tirar partido da situação foram as exigências do sector automóvel, a quem o Governo decidiu pagar para não haver despedimentos. Só que desta vez o caso é mais sério. Porque emprestar 100 milhões de euros a uma multinacional, entrincheirada num sector que consome capital à velocidade da luz e sujeita a "ups and downs" cíclicos, é uma temeridade. Por mais que se diga que é o maior exportador do País (verdade), que traz valor acrescentado (igualmente verdade) e que Portugal precisa dela (verdadíssima)...!
O empréstimo à Qimonda pode ser questionado sob vários prismas: o da igualdade de acesso ao crédito (porque há dinheiro para esta empresa e não para as milhares de PME que constituem a espinha dorsal da economia?); o risco de a decisão se basear em critérios políticos e não empresariais; e o facto de o futuro da empresa não ser decidido em Portugal. E se os accionistas da Qimonda, não obstante o esforço financeiro da CGD, do estado federado da Saxónia e da entrada de capital novo, descobrirem que a empresa não é viável? Acertou: mais uma factura para o contribuinte pagar. "
Camilo Lourenço
O primeiro sinal de que as empresas perceberam como tirar partido da situação foram as exigências do sector automóvel, a quem o Governo decidiu pagar para não haver despedimentos. Só que desta vez o caso é mais sério. Porque emprestar 100 milhões de euros a uma multinacional, entrincheirada num sector que consome capital à velocidade da luz e sujeita a "ups and downs" cíclicos, é uma temeridade. Por mais que se diga que é o maior exportador do País (verdade), que traz valor acrescentado (igualmente verdade) e que Portugal precisa dela (verdadíssima)...!
O empréstimo à Qimonda pode ser questionado sob vários prismas: o da igualdade de acesso ao crédito (porque há dinheiro para esta empresa e não para as milhares de PME que constituem a espinha dorsal da economia?); o risco de a decisão se basear em critérios políticos e não empresariais; e o facto de o futuro da empresa não ser decidido em Portugal. E se os accionistas da Qimonda, não obstante o esforço financeiro da CGD, do estado federado da Saxónia e da entrada de capital novo, descobrirem que a empresa não é viável? Acertou: mais uma factura para o contribuinte pagar. "
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