quinta-feira, janeiro 29, 2009

29 de Janeiro de 1688 - Emanuel Swendenborg





Filho de Sarah e Jesper Swedberg, um pastor Luterano e capelão real que foi, mais tarde, Bispo de Skara. Formou-se em Engenharia de Minas e serviu ao seu país durante muitos anos como Assessor Real para assuntos de mineração. Após a morte do pai, sua família foi elevada à nobreza pela Rainha Ulrica, pelos méritos do Bispo Swedberg. O sobrenome familiar foi então mudado para Swedenborg e, assim, Emanuel, como filho mais velho, passou a ter lugar no Parlamento sueco, onde teve destacado papel durante muitos anos.

Foi catedrático de Matemática na Universidade de Uppsala, ao mesmo tempo em que pesquisava a fundo áreas tão distintas quanto anatomia e geologia, astronomia e hidráulica. Quando dominava o assunto, publicava obras sobre suas conclusões, obtendo o respeito de outros especialistas e autores das diversas áreas. Vários conceitos emitidos por Swedenborg, nesses estudos, são considerados como pioneiros. Em razão dessas realizações, Swedenborg passou a ser considerado um dos heróis nacionais na Suécia, razão porque seu retrato se encontra no hall da Academia de Ciências daquele país e seu túmulo entre os de reis suecos, numa catedral de Estocolmo.

Famoso pelas suas obras e rico por herança materna, esse homem dominou praticamente todas as ciências de seu tempo, até que, aos 56 anos, relata que um fato espantoso mudou sua vida. Afirma que foi designado pelo Senhor, que a ele apareceu em 1744, para a missão de ser o porta-voz da revelação do sentido interno ou espiritual da Bíblia, até então oculto. Ao ser revelado esse sentido, também foram abertos os segredos do "o Céu, e as Suas maravilhas, e o Inferno", como descreveu, e tornou-se, também, testemunha ocular dos eventos que constituíram o Juízo Final. Mais tarde, Swedenborg reconheceu que foi, aliás, por causa dessa missão espiritual que ele fora preparado pelo Senhor desde a infância, e progrediu nos conhecimentos naturais sem nunca olvidar a fé no Criador.

Os Escritos admiráveis que foram publicados a partir desse período têm influenciado mentes de homens, mulheres e crianças, tanto pessoas humildes quanto da realeza, anónimos ou lustres famosos, como Carlyle, Ralph Waldo Emerson, Baudelaire, Balzac, William Blake, Helen Keller e Jorge Luís Borges. No entanto, esses mesmos escritos teológicos e espirituais são motivo para que se façam julgamentos parciais e de interesses, lançando dúvida sobre a sanidade mental do autor e sua reputação científica anterior. Por causa de sua teologia, Swedenborg sofreu censura e forte perseguição por parte de religiosos cristãos em seu país, onde seus livros foram proibidos. De fato, a doutrina por ele exposta abala as bases da crença tradicional do cristianismo, a saber, em um Deus dividido em três pessoas, num sacrifício sanguinário de uma pessoa (o Filho), para aplacar a ira da outra pessoa (o Pai).
Por confrontarem à teologia cristã actual, suas obras foram tidas como heréticas, embora ele tenha sempre se declarado um servo do "Senhor Jesus Cristo". A teologia exposta por Swedenborg juntamente com o relato das experiências tão vivas no plano espiritual desconcertam muitos religiosos, os que, teoricamente, mais deviam saber sobre o espírito e a vida após a morte, pois que estas coisas foram dadas muitos desses indivíduos, sentindo-se ameaçados, reajam contra essa nova abertura da revelação e, especialmente, contra o autor, fazendo circular boatos difamadores a respeito de sua sanidade. Em virtude disso, também a sua reputação anterior de grande cientista e filósofo ficou comprometida.

Mas Swedenborg continuou a escrever e a trabalhar como antes, sem se importar com as críticas, convicto de que sua obra seria para um futuro distante, com a serenidade dos que sabem o que estão fazendo, serenidade que o acompanhou até a sua morte física, em 29 de Março de 1772, a qual ele também tinha previsto com semanas de antecedência.

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