IRMÃOS DE SANGUE
"A retirada israelita de Gaza não significou exactamente um alívio para os indígenas. Agora, conforme os media contam com discrição ou não contam de todo, começou a fase da vingança, na qual o Hamas retoma uma tradição nativa e "persegue e golpeia com força" os "colaboracionistas" de Israel, para citar um porta-voz da amável organização. Outros relatos, com origem na Fatah, referem a tortura e a execução sumária de qualquer suspeito de "traição", cujo cadáver é lançado aos escombros da guerra.
Por mim, esperava que a "opinião pública" internacional, sempre tão atenta ao sofrimento dos palestinianos, se manifestasse contra o sofrimento desses particulares palestinianos. Mas não aconteceu nada. A ONU não condenou os actos. Os pacifistas do mundo inteiro não saíram à rua em protesto. Nenhum político responsável comparou os métodos do Hamas aos de Hitler. Valha a verdade, em Portugal verificou-se a mesma indiferença: nem o médico Fernando Nobre gritou indignado, nem o escritor José Saramago escreveu uma linha alusiva no seu blogue, nem o eurodeputado Miguel Portas regressou a Gaza a fim de testemunhar a nova etapa do genocídio.
Certamente estariam entretidos a aplaudir a proposta do Bloco de Esquerda para "geminar" Lisboa com Gaza, sob pretexto da "punição colectiva" a que os palestinianos foram sujeitos pelos ataques israelitas. A moção, aprovada em Assembleia Municipal, não tem uma palavra para a "punição colectiva" imposta aos palestinianos por aqueles que os plantaram na linha de fogo e que, não satisfeitos, desataram a liquidar alguns dos que sobraram a título purificador.
Nenhum espanto. De facto, as almas consumidas pela dor dos habitantes de Gaza têm por eles o interesse que eu dedico à columbofilia (evitemos dúvidas: nenhum). Vivos, não lhes valem de muito, e os mortos só servem se alimentarem a fúria anti-israelita, anti-sionista ou anti-semita em curso (evitemos dúvidas: é a mesma). Nisso, custa distinguir a autarquia lisboeta do Hamas. E se a comparação a uma seita criminosa não maçará o BE e o PCP, que votaram a "geminação", devia ser embaraçosa para os restantes e democráticos partidos que, em peso, se abstiveram de a rejeitar. Pelos vistos, não é. A capital está em óptimas mãos. "
Alberto Gonçalves
Por mim, esperava que a "opinião pública" internacional, sempre tão atenta ao sofrimento dos palestinianos, se manifestasse contra o sofrimento desses particulares palestinianos. Mas não aconteceu nada. A ONU não condenou os actos. Os pacifistas do mundo inteiro não saíram à rua em protesto. Nenhum político responsável comparou os métodos do Hamas aos de Hitler. Valha a verdade, em Portugal verificou-se a mesma indiferença: nem o médico Fernando Nobre gritou indignado, nem o escritor José Saramago escreveu uma linha alusiva no seu blogue, nem o eurodeputado Miguel Portas regressou a Gaza a fim de testemunhar a nova etapa do genocídio.
Certamente estariam entretidos a aplaudir a proposta do Bloco de Esquerda para "geminar" Lisboa com Gaza, sob pretexto da "punição colectiva" a que os palestinianos foram sujeitos pelos ataques israelitas. A moção, aprovada em Assembleia Municipal, não tem uma palavra para a "punição colectiva" imposta aos palestinianos por aqueles que os plantaram na linha de fogo e que, não satisfeitos, desataram a liquidar alguns dos que sobraram a título purificador.
Nenhum espanto. De facto, as almas consumidas pela dor dos habitantes de Gaza têm por eles o interesse que eu dedico à columbofilia (evitemos dúvidas: nenhum). Vivos, não lhes valem de muito, e os mortos só servem se alimentarem a fúria anti-israelita, anti-sionista ou anti-semita em curso (evitemos dúvidas: é a mesma). Nisso, custa distinguir a autarquia lisboeta do Hamas. E se a comparação a uma seita criminosa não maçará o BE e o PCP, que votaram a "geminação", devia ser embaraçosa para os restantes e democráticos partidos que, em peso, se abstiveram de a rejeitar. Pelos vistos, não é. A capital está em óptimas mãos. "
Alberto Gonçalves
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home