Incapazes de nos reformar
"Nada como uma boa crise para perceber o estado da economia portuguesa. Os últimos anos foram pródigos em boas notícias... pelo menos na verso governamental: a economia estava em plena transformação, as reformas (estruturais) iam sendo feitas; o défice caía (pelo controlo da despesa)...
Afinal tudo assentava em pés de barro, como se vê pelas revisões em alta do défice orçamental: primeiro de 2,2 para 3% e agora (com o orçamento suplementar/rectificativo) para 3,9%. E pelo caminho que as coisas estão a tomar, daqui a uns meses ainda corremos o risco de quebrar a barreira dos 4% (no défice orçamental), dos 9% no desemprego, dos 11% no défice externo...
Tudo isto põe a nu duas coisas: no há nada de estrutural a conter a despesa em Portugal (a despesa corrente, ao contrário do que diz o Governo, sobe desde 2005); o país continua amarrado a debilidades estruturais crónicas.
É claro que Teixeira dos Santos pode dizer que o défice disparou por causa dos planos de combate crise que o Governo vem anunciando. No verdade: mesmo sem essa despesa suplementar bastaria a quebra da receita, associada à recessão, para que a barreira dos 3% ficasse para trás.
Como não crível que o Governo use a crise para acelerar as tais reformas (as estruturais), podemos estar certos de uma coisa: vamos continuar a empobrecer face aos nossos parceiros. Mesmo em relação aos que até há pouco pensavam e agiam segundo “O Capital”."
Camilo Lourenço
Afinal tudo assentava em pés de barro, como se vê pelas revisões em alta do défice orçamental: primeiro de 2,2 para 3% e agora (com o orçamento suplementar/rectificativo) para 3,9%. E pelo caminho que as coisas estão a tomar, daqui a uns meses ainda corremos o risco de quebrar a barreira dos 4% (no défice orçamental), dos 9% no desemprego, dos 11% no défice externo...
Tudo isto põe a nu duas coisas: no há nada de estrutural a conter a despesa em Portugal (a despesa corrente, ao contrário do que diz o Governo, sobe desde 2005); o país continua amarrado a debilidades estruturais crónicas.
É claro que Teixeira dos Santos pode dizer que o défice disparou por causa dos planos de combate crise que o Governo vem anunciando. No verdade: mesmo sem essa despesa suplementar bastaria a quebra da receita, associada à recessão, para que a barreira dos 3% ficasse para trás.
Como não crível que o Governo use a crise para acelerar as tais reformas (as estruturais), podemos estar certos de uma coisa: vamos continuar a empobrecer face aos nossos parceiros. Mesmo em relação aos que até há pouco pensavam e agiam segundo “O Capital”."
Camilo Lourenço
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