quarta-feira, janeiro 07, 2009

Verdadeiro horror

"O ano de 2009, o tal da grande crise, começou mal, muito mal mesmo. A todos os níveis. Por cá, por este sítio pobre, cheio de dívidas, hipócrita, manhoso e obviamente cada vez mais mal frequentado, as coisas não têm emenda e a pouca vergonha já não tem limites. A mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva, Presidente da República, e as reacções de comentadores, jornalistas e partidos políticos mostram o estado a que chegou tudo isto.

O Chefe de Estado, se isto ainda é um Estado de Direito, atirou umas fortíssimas pedradas no charco, mas os sapos e as rãs residentes no pântano fingiram que nada era, assobiaram para o lado, e continuaram a sua vidinha como se nada se tivesse passado.

O facto de Cavaco Silva dizer que o sítio está, ano após ano, mais pobre, que vive muito acima das suas possibilidades, que está cada vez mais endividado são verdadeiros lugares-comuns sem a mínima importância. O facto de Cavaco Silva dizer que os investimentos públicos devem ser cuidadosamente analisados e que o que importa é apostar no sector privado da economia e nas empresas exportadoras está, na opinião da esmagadora maioria dos comentadores, em perfeita sintonia com a política do Governo.

No fundo, não se passa nada, Cavaco perdeu a guerra com Sócrates e a estratégia do senhor Presidente do Conselho saiu amplamente vencedora deste confronto entre Belém e São Bento. E, se no plano interno as coisas estão assim, as reacções do sítio à situação no Médio Oriente revelam bem a miséria moral a que isto chegou.

Para muitos senhores é perfeitamente legítimo e natural que um bando de terroristas lance mísseis contra centenas de milhares de civis. Para muitos senhores é perfeitamente ilegítimo que um Estado de Direito democrático, como Israel, defenda a sua população dos ataques miseráveis e cobardes dos terroristas. E o senhor Luís Amado, seguindo o exemplo de outros responsáveis da União Europeia, teve o topete de vir dizer que a reacção de Israel aos ataques terroristas contra milhares e milhares de cidadãos era desproporcionada, não explicando que resposta daria ele, Amado, aos mísseis Kassam.

E assim vai este pobre sítio, com gente que compreende, adora e ama os terroristas. Com gente sem vergonha e sem princípios, com gente cobarde e desonesta, com gente que adora viver em pântanos. É verdade que a crise económica e o terrorismo, quais caravanas, hão-de passar. O pior são os cães. Ficam e não param de ladrar
."

António Ribeiro Ferreira

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