O King Kong assustado
"Por vezes a economia portuguesa parece um iceberg. A parte visível, inovadora e de sucesso, esconde o enorme gelo submerso da imobilidade. A agonia da Quimonda traz à superfície o profundo dilema nacional: não há, desde há muito, um plano estratégico para a criação de riqueza em Portugal. Há muito que a economia portuguesa congelou as ideias e, a nível político, usa-se sucessivamente o sistema de adesivos para resolver as feridas que necessitam de intervenção cirúrgica. Não surpreende assim que Manuel Pinho se tenha tornado o emplastro do seu próprio discurso: já ninguém o consegue levar a sério. Porque o tecido económico português parece uma manta curta: quando se puxa de um lado, destapa-se do outro.
Todo o modelo económico português, neste momento, parece um King Kong assustado em cima da Torre de Belém. O que hoje se passa com a Qimonda já se passou com outras empresas multinacionais e poderá, um dia, passar-se com a AutoEuropa. Ao olhar-se para o conjunto das maiores exportadoras nacionais percebe-se como à volta de uma religião de resultados céleres se esqueceu o modelo geral. Há muito que o modelo nacional faz apenas a apologia de um grande centro comercial onde o dinheiro circula até que, como numa pista de carrinhos, tudo pare, ou por um choque em cadeia ou por falta de energia. Não tendo recursos naturais e atirando relatórios estratégicos como os de Michael Porter para a gaveta, Portugal está numa encruzilhada fatal. Não faz e não sabe como fazer. E esse é o seu drama maior."
Fernando Sobral
Todo o modelo económico português, neste momento, parece um King Kong assustado em cima da Torre de Belém. O que hoje se passa com a Qimonda já se passou com outras empresas multinacionais e poderá, um dia, passar-se com a AutoEuropa. Ao olhar-se para o conjunto das maiores exportadoras nacionais percebe-se como à volta de uma religião de resultados céleres se esqueceu o modelo geral. Há muito que o modelo nacional faz apenas a apologia de um grande centro comercial onde o dinheiro circula até que, como numa pista de carrinhos, tudo pare, ou por um choque em cadeia ou por falta de energia. Não tendo recursos naturais e atirando relatórios estratégicos como os de Michael Porter para a gaveta, Portugal está numa encruzilhada fatal. Não faz e não sabe como fazer. E esse é o seu drama maior."
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