Os vigaristas a falência dos Estados como um meio para atingir um fim

O gestor norte-americano Bernard Madoff irá declarar-se culpado de fraude bolsista, perjúrio e outros crimes, pela autoria de uma das maiores fraudes da história hoje avaliada em cerca de 65 mil milhões/bilhões de dólares. A informação foi dada ao tribunal pelo seu advogado, Ira Sorkin.

Amanhã, Madoff irá declarar-se culpado sem fazer qualquer acordo judicial.

O Ministério Público acusa o gestor da prática de 11 crimes. A pena poderá chegar a 150 anos de prisão.
O antigo presidente da Nasdaq, a bolsa tecnológica de Nova Iorque, encontra-se em regime de prisão domiciliária na sua mansão, avaliada em sete milhões de dólares, no bairro de Manhattan. O réu foi detido em Dezembro, após ter confessado à família ter montado uma gigantesca fraude financeira inicialmente avaliada em cerca de 50 mil milhões/bilhões de dólares.

Hoje, segundo os documentos entregues aos juízes, a acusação elevou o montante para 64,8 mil milhões de dólares.
As autoridades gestoras da falência da sociedade presidida por Madoff afirmaram que as perdas reais deverão ser inferiores precisando que os elevados montantes reflectem os falsos lucros prometidos aos investidores.
Até ao momento, os gestores judiciais já conseguiram recuperar cerca de mil milhões de dólares para pagar a investidores lesados.
O procurador-geral adjunto Marc Litt afirmou em tribunal que não será proposto qualquer acordo e que poderá ser pedida a pena máxima neste tipo de crimes.

O cúmulo jurídico atinge 150 anos de prisão efectiva.
Bernard Madoff foi acusado de fraude bolsista, aconselhamento financeiro fraudulento, branqueamento de capitais, falsas declarações, perjúrio, falsificação de documentos apresentados à entidade reguladora da bolsa - Securities and Exchange Comission (SEC) - e desvio de fundos do plano de benefícios sociais de um empregado.

Falência de um Estado para lembrar que as eleições não servem de nada e promessas, são como nozes falidas

A Letónia declará falência em Junho se não conseguir adequar o orçamento às condições impostas pelo FMI no plano de auxílio financeiro de emergência, afirmou o primeiro-ministro letão, Valdis Dombrovskis.
Acossado por uma forte depressão económica, no início do ano, o Estado báltico teve acesso a um financiamento do Fundo Monetário Internacional no montante de USD 7,5 mil milhões de dólares, após uma contracção de 10,5% no crescimento do PIB.
“Trata-se de uma declaração desesperada ao FMI sinalizando que o pacote financeiro acordado não é exequível”, afirmou Lars Christensen, chefe do departamento de pesquisa de mercados emergentes do Danske Bank, em Copenhaga, citado pela agência Bloomberg. O especialista dinamarquês classificou a possível bancorrota do país como “realista”, caso a ajuda do FMI seja descontinuada.
Dombrovskis pretende que o FMI aprove um défice orçamental equivalente a 8% do PIB para relançar a economia. Segundo a Bloomberg, para respeitar o acordo assinado com o FMI, a Letónia precisa de mais dinheiro, caso contrário será obrigado a declarar falência em Junho.
“É quase impossível” cumprir o acordo, disse Dombrovskis. “A declaração de intenções foi assinada na perspectiva de que a recessão seria de 5% mas, actualmente, as previsões apontam para 12%”, sublinhou o primeiro-ministro letão.
O eventual colapso económico do país arrastará de imediato a Lituânia e a Estónia para uma crise de solvência financeira com profundo impacto nos bancos dos países escandinavos, que controlam quase 80% do sistema financeiro da região báltica.