Velho e triste fado
"A quebra de 20% da cobrança do IVA no primeiro trimestre do ano, que custou aos cofres do Estado cerca de 736 milhões de euros, é um sinal de que a economia está parada.
O IVA é o imposto sobre o consumo final, e por isso é o melhor barómetro da actividade económica. As contas do Estado sofrem severamente. Por cada euro gerado na economia, o Fisco arrecada mais de 33 cêntimos de impostos. Se a mais recente previsão do Banco de Portugal estiver correcta, a riqueza produzida vai baixar quase seis mil milhões de euros e o Fisco vair perder perto de dois mil milhões. Do outro lado das contas, sobem as despesas com o desemprego. E os cheques que o Governo está a prometer aumentam a pressão.
A conquista do controlo do défice já se evaporou. Quando acabar esta crise, voltaremos ao velho fado, que provocou a outra crise que sofrermos nos últimos sete anos. O desequilíbrio estrutural do défice traduz-se na acumulação da dívida pública. Há dez anos, Portugal reduziu o endividamento parara menos 60% do PIB, com a privatização de algumas jóias. A crise que se seguiu voltou a fazer derrapar as contas. Não será de estranhar que em 2010 a dívida do Estado corresponda a 80% da riqueza gerada no País. E já há poucos anéis para vender. Quando a Europa voltar à retoma, lá voltará a velha e triste música das contas públicas."
Armando Esteves Pereira
O IVA é o imposto sobre o consumo final, e por isso é o melhor barómetro da actividade económica. As contas do Estado sofrem severamente. Por cada euro gerado na economia, o Fisco arrecada mais de 33 cêntimos de impostos. Se a mais recente previsão do Banco de Portugal estiver correcta, a riqueza produzida vai baixar quase seis mil milhões de euros e o Fisco vair perder perto de dois mil milhões. Do outro lado das contas, sobem as despesas com o desemprego. E os cheques que o Governo está a prometer aumentam a pressão.
A conquista do controlo do défice já se evaporou. Quando acabar esta crise, voltaremos ao velho fado, que provocou a outra crise que sofrermos nos últimos sete anos. O desequilíbrio estrutural do défice traduz-se na acumulação da dívida pública. Há dez anos, Portugal reduziu o endividamento parara menos 60% do PIB, com a privatização de algumas jóias. A crise que se seguiu voltou a fazer derrapar as contas. Não será de estranhar que em 2010 a dívida do Estado corresponda a 80% da riqueza gerada no País. E já há poucos anéis para vender. Quando a Europa voltar à retoma, lá voltará a velha e triste música das contas públicas."
Armando Esteves Pereira
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