EX-PCP
"SOBREVIVEU à Ota, ao ‘deserto da Margem Sul’, ao Jamais!, ao dar integralmente o dito por não dito quando anunciou Alcochete. Mário Lino continuou ministro, mas com a sua imagem pública desacreditada e o seu peso político reduzido ao limiar mínimo de subsistência. Tornou-se um dos zombies da equipa governamental.
Agora, passados dois anos nas brumas do limbo político, durante os quais os seus secretários de Estado ocuparam o palco do ministro ausente por baixa, Mário Lino parece estar de regresso. Ou por se ter convencido que já completou a sua travessia do deserto da Margem Sul ou por se aproximarem eleições e um novo ciclo governativo, o ministro saltou para o palco e reapareceu. Disparando em todas as direcções. Esta semana, além de acusar o candidato do PSD às euro- peias, Paulo Rangel, de ter «uma visão cinzenta e salazarenta» do país, Mário Lino até se substituiu à ministra da Saúde nas televisões, tranquilizando os portugueses sobre os perigos da gripe mexicana. Augusto Santos Silva já tem um concorrente de peso à sua pasta no Governo, em Outubro próximo.
UM OUTRO ex-PCP rendido aos encantos do PS, menos bon vivant e mais sorumbático, Vital Moreira, veio esta semana antecipar que a chuva de processos judiciais movidos por José Sócrates e pelo seu Governo a jornalistas e órgãos de comunicação social pode ter os seus efeitos neutralizados pela jurisprudência comunitária. Coisa que Vital lamenta profundamente.
Como no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, explica o candidato do PS à Europa, a liberdade de expressão e, em particular, a liberdade de imprensa acabam por prevalecer sobre o direito à honra e ao bom nome, «isto coloca um problema claro: o risco de os tribunais portugueses condenarem jornalistas e directores de jornais por crimes contra a honra e, em Estrasburgo, as decisões fracassarem».
A democracia e a jurisprudência europeias, como se percebe, não agradam lá muito a Vital Moreira. Há hábitos que vêm de longe, como o policiamento das notícias, das opiniões e das consciências, seja pela censura colectiva do partido ou pela ameaça dos processos em tribunais. Hábitos que, pelos vistos, não se perdem.
Habitue-se, como diria António Vitorino – à democracia, claro."
JAL
Agora, passados dois anos nas brumas do limbo político, durante os quais os seus secretários de Estado ocuparam o palco do ministro ausente por baixa, Mário Lino parece estar de regresso. Ou por se ter convencido que já completou a sua travessia do deserto da Margem Sul ou por se aproximarem eleições e um novo ciclo governativo, o ministro saltou para o palco e reapareceu. Disparando em todas as direcções. Esta semana, além de acusar o candidato do PSD às euro- peias, Paulo Rangel, de ter «uma visão cinzenta e salazarenta» do país, Mário Lino até se substituiu à ministra da Saúde nas televisões, tranquilizando os portugueses sobre os perigos da gripe mexicana. Augusto Santos Silva já tem um concorrente de peso à sua pasta no Governo, em Outubro próximo.
UM OUTRO ex-PCP rendido aos encantos do PS, menos bon vivant e mais sorumbático, Vital Moreira, veio esta semana antecipar que a chuva de processos judiciais movidos por José Sócrates e pelo seu Governo a jornalistas e órgãos de comunicação social pode ter os seus efeitos neutralizados pela jurisprudência comunitária. Coisa que Vital lamenta profundamente.
Como no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, explica o candidato do PS à Europa, a liberdade de expressão e, em particular, a liberdade de imprensa acabam por prevalecer sobre o direito à honra e ao bom nome, «isto coloca um problema claro: o risco de os tribunais portugueses condenarem jornalistas e directores de jornais por crimes contra a honra e, em Estrasburgo, as decisões fracassarem».
A democracia e a jurisprudência europeias, como se percebe, não agradam lá muito a Vital Moreira. Há hábitos que vêm de longe, como o policiamento das notícias, das opiniões e das consciências, seja pela censura colectiva do partido ou pela ameaça dos processos em tribunais. Hábitos que, pelos vistos, não se perdem.
Habitue-se, como diria António Vitorino – à democracia, claro."
JAL
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