quinta-feira, junho 25, 2009

Gestores em cofre alheio

"Deus sabe que não tenho o mais vago interesse pela carreira do futebolista Cristiano Ronaldo. Bem, pelo menos os meus amigos sabem. Ao contrário do que acontece com milhões de pessoas, não me importa se o indivíduo joga muito, onde joga e por quem joga. Devo dizer que também não me importa quanto o indivíduo ganha. Se um clube da bola deseja pagar-lhe 18 euros por minuto, tudo bem: podia pagar-lhe o dobro ou o triplo e eu continuaria indiferente. À primeira vista, é sinal de que o clube tem dinheiro e que o investimento vale a pena. Mas ainda que o clube vá à falência ou o investimento não compense, por mim tudo bem na mesma. Em suma, o assunto não me diz respeito. Em compensação, parece dizê-lo a uma imensa quantidade de portugueses, que não evitam opiniões favoráveis ou desfavoráveis sobre a matéria como se o dinheiro do Real Madrid fosse deles. O mistério é que quando, no futebol ou no "interesse público" que calha, o Estado gasta o dinheiro que é de facto deles, muitos portugueses não têm opinião nenhuma. Nem, consequentemente, dinheiro nenhum."

Alberto Gonçalves

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