A OCDE e o duche de água fria
"A OCDE pôs ontem os ponto nos "is" quanto à evolução da economia portuguesa. Ao avançar com uma previsão de quebra do PIB da ordem dos 4,5% e com o disparo do desemprego acima de 11%, pôs a nu várias fragilidades.
A mais importante é a dificuldade que o Governo e instituições que dele dependem têm em ser realistas. Senão veja-se: a previsão é a pior das que já foram avançadas por instituições internacionais em relação a Portugal. O que lança fundadas dúvidas sobre as informações que dão conta de que a economia já bateu no fundo e que a recuperação já está no horizonte.
Mais: ao dizer que o desemprego vai passar os 11%, a OCDE deita para o caixote do lixo as declarações de optimismo em relação ao mercado do emprego, de que se fizeram eco responsáveis governamentais e o presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (para não falar da quase inevitabilidade de o défice orçamental furar o tecto dos 6%). Os números são exagerados? Ninguém sabe dizê-lo com segurança (quem não se lembra das sucessivas previsões do Governo e Banco de Portugal que foram pulverizadas pouco tempo depois pelas estatísticas?).
Razão bastante para o Governo não embandeirar em arco, insistindo em ver boas notícias onde, para já, não há mais do que boas intenções. Não é apenas uma questão de honestidade intelectual. É contribuir para não formar, nas famílias e empresas, falsas expectativas quanto à recuperação económica. As eleições não justificam tudo."
Camilo Lourenço
A mais importante é a dificuldade que o Governo e instituições que dele dependem têm em ser realistas. Senão veja-se: a previsão é a pior das que já foram avançadas por instituições internacionais em relação a Portugal. O que lança fundadas dúvidas sobre as informações que dão conta de que a economia já bateu no fundo e que a recuperação já está no horizonte.
Mais: ao dizer que o desemprego vai passar os 11%, a OCDE deita para o caixote do lixo as declarações de optimismo em relação ao mercado do emprego, de que se fizeram eco responsáveis governamentais e o presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (para não falar da quase inevitabilidade de o défice orçamental furar o tecto dos 6%). Os números são exagerados? Ninguém sabe dizê-lo com segurança (quem não se lembra das sucessivas previsões do Governo e Banco de Portugal que foram pulverizadas pouco tempo depois pelas estatísticas?).
Razão bastante para o Governo não embandeirar em arco, insistindo em ver boas notícias onde, para já, não há mais do que boas intenções. Não é apenas uma questão de honestidade intelectual. É contribuir para não formar, nas famílias e empresas, falsas expectativas quanto à recuperação económica. As eleições não justificam tudo."
Camilo Lourenço
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