Desmontar a tenda
"A capacidade de adaptação do eng. Sócrates é infinita. Em poucas horas, conseguiu analisar o que havia para analisar na compra da TVI pela PT, a tempo de impedir um negócio que considerou de "interesse estratégico" (para a PT) sob o argumento de que o Governo não pode permitir suspeitas de interferência na linha editorial da estação. Isto é tanto mais espantoso quanto, um ou dois dias antes, no Parlamento, o eng. Sócrates garantira nunca ter ouvido falar do assunto e acrescentara que o mesmo era coisa de privados, na qual, assaz escrupulosamente, o Estado que detém uma (curiosa) golden share na PT nem morto se meteria.
Agora a sério: o que é que passou pela cabeça do eng. Sócrates? Acharia ele que ninguém repararia no negócio? Que José Eduardo Moniz seria despachado sem que o gesto tresandasse a estratégia censória? Que silenciar um "telejornal" incómodo a três meses das eleições resolveria os seus problemas? Que os eleitores estão anestesiados a ponto de não detectarem os propósitos políticos da manobra? Que uma única alma engoliu a candura com que confessou ignorar toda a história ou os motivos que, em desespero de causa, usou para a reverter? Que é legítimo recorrer a meios públicos de modo a arruinar um bom negócio (consta) e ilibar o Governo?
Por acaso, Manuela Ferreira Leite saiu-se bem da entrevista à Sic. Não precisava. Face ao desnorte que acometeu o eng. Sócrates, por comparação qualquer criatura pareceria um estadista de renome e um primeiro-ministro inevitável: eu, você, o Pato Donald ou um sobrinho deste. A nossa democracia já assistiu a alguns fins de ciclo. Hoje, tudo indica que assiste pela primeira vez ao fim de um circo, onde os trapezistas caem sem rede e os ilusionistas esgotaram os truques. Só aqueles senhores responsáveis pela comédia é que ainda se esforçam por divertir o público. Com sucesso."
Alberto Gonçalves
Agora a sério: o que é que passou pela cabeça do eng. Sócrates? Acharia ele que ninguém repararia no negócio? Que José Eduardo Moniz seria despachado sem que o gesto tresandasse a estratégia censória? Que silenciar um "telejornal" incómodo a três meses das eleições resolveria os seus problemas? Que os eleitores estão anestesiados a ponto de não detectarem os propósitos políticos da manobra? Que uma única alma engoliu a candura com que confessou ignorar toda a história ou os motivos que, em desespero de causa, usou para a reverter? Que é legítimo recorrer a meios públicos de modo a arruinar um bom negócio (consta) e ilibar o Governo?
Por acaso, Manuela Ferreira Leite saiu-se bem da entrevista à Sic. Não precisava. Face ao desnorte que acometeu o eng. Sócrates, por comparação qualquer criatura pareceria um estadista de renome e um primeiro-ministro inevitável: eu, você, o Pato Donald ou um sobrinho deste. A nossa democracia já assistiu a alguns fins de ciclo. Hoje, tudo indica que assiste pela primeira vez ao fim de um circo, onde os trapezistas caem sem rede e os ilusionistas esgotaram os truques. Só aqueles senhores responsáveis pela comédia é que ainda se esforçam por divertir o público. Com sucesso."
Alberto Gonçalves
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