quinta-feira, agosto 27, 2009

Bernanke, Trichet e o valor da moeda

"Obama reconduziu Bernanke à frente do segundo banco central mais poderoso do mundo. Decisão acertada? Se se olhar para os primeiros anos deste académico, profundo conhecedor da "Grande Depressão", a resposta é "não". Por duas razões: 1ª - Bernanke chegou à direcção do FED desde 2002 e não conseguiu convencer Greenspan a subir os juros mais cedo (juros baixos conduzem a "bolhas" que, ao rebentar, provocam recessões); 2ª - O FED não percebeu que a periclitante solvabilidade de alguns dos grandes bancos americanos.

O problema é que Bernanke, não obstante estas falhas, percebeu o que tinha de fazer para não deixar que a crise financeira de 2008 acabasse numa "segunda grande depressão". A sua decisão de abrir as torneiras da liquidez (baixou drasticamente as taxas de juro) e a do Tesouro (meteu biliões de dólares na economia) parecem ter afastado esse perigo. De tal forma que o problema, a breve prazo, pode deixar de ser o risco de depressão para ser... risco de inflação: quando a confiança voltar, o consumo, somado à elevada liquidez em circulação, chega para por a inflação acima de 10%!

É nessa altura que se vai ver se Bernanke tem coragem para tomar decisões incómodas para o "establishment" em Washington. Problema semelhante ao que Jean-Claude Trichet terá com Bona e Paris quando subir os juros na Europa. No fundo trata-se de saber se os dois bancos centrais mais independentes do mundo não se esqueceram que a sua principal missão é "garantir" o valor da moeda.
"

Camilo Lourenço

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Fed não é independente, ponto final parágrafo.
O governo federal não manda em nada na sua política.
Quem manda são so donos dos "To big to fall", e Mr Ben é empregado do Goldman.
O Senhor Trichet anda a mando do...Fed.
Por fim quem manda nisto são os banqueiros centrias e quem manda nels não são os governos são so nacos e os banqueiros.
Se h´alguém com culpas no cartório foi o velho, e o aluno.
Obama não manda cois alguma manda o mesmo o tetra avô e é uma figura de decoração que muito agrada aos 2 homens mais ricos do mundo.
Ponto final parágrafo novamente.
Este tipo não percebe nada de economia ou então percebe e quer enfiar o urso.

quinta-feira, agosto 27, 2009  
Blogger Toupeira said...

Como não posso copiar colar no Blog aqui vão novidades. sobre a nova crise.

Os dados mais recentes sobre o crescimento económico nos Estados Unidos e em Espanha confirmam que a recessão continua, com fortes contrações no consumo, emprego e investimento privado, representando más notícias para a economia portuguesa.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos contraiu-se a uma taxa anualizada de 1%, no segundo trimestre de 2009, indica a segunda leitura para o período Abril-Junho, indicam os dados divulgados hoje pelo Departamento do Comércio. Os números completam uma série de quatro trimestre consecutivos de crescimento negativo nos EUA.

Melhor do que o esperado pelos economistas, a evolução do PIB norte-americano mostra um abrandamento no ritmo da recessão. O produto decresceu 6,4% no primeiro trimestre. Analisando as componentes do produto, o consumo das famílias caiu 1%, o investimento das empresas 10,9% e as exportações recuaram cerca de 5%.

Em Espanha, a economia também encolheu mais 1,1% no segundo trimestre do ano, elevando para 4,2% a quebra do PIB do país em termos homólogos - a maior dos últimos 39 anos - revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística espanhol. A mesma fonte justifica a quebra com o recuo de 7,3% na procura interna.

O INE espanhol acrescenta que, só no segundo trimestre do ano, o investimento no país tombou 17% em termos homólogos, o consumo doméstico recuou 5,9% e o emprego teve uma quebra de 7,1%, comparativamente a 2008.

quinta-feira, agosto 27, 2009  
Blogger Toupeira said...

Em Portugal

Perto de 150 mil empresários e dirigentes de pequenas empresas desapareceram, em Portugal, nos últimos quatro anos, denunciou hoje a PME Portugal, com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) segundo os quais, desde 2005, o número de empresários baixou de 400 mil para 250 mil.

“Cerca de 150 mil empresários foram dizimados em apenas quatro anos”, denuncia Joaquim Cunha, presidente da associação, falando de um “genocídio empresarial”.

Augusto Morais, da Associação Nacional das PME, reforça a ideia do perigo decorrente da crescente importância e concorrência que países como a China e a Índia fazem a Portugal, mesmo em áreas de maior valor acrescentado, e não apenas em indústrias como o têxtil e o calçado.

Para inverter a tendência de desaparecimento de empresas e empresários, a PME Portugal reclama do Governo “actos que realmente ajudem as empresas”, em vez de “publicidade a medidas que não correspondam à realidade”. Entre essas medidas está o “tão apregoado PME Investe”, que não evitou que o crédito dado pela Banca ao mundo dos negócios tenha caído, “pelo menos, 10%”.

Para a PME Portugal, isso significa que “os bancos continuam a usar as garantias do Estado para recauchutar a dívida, diminuindo o crédito concedido e garantindo-o com aval do Estado”.

Augusto Morais criticou os programas de Governo apresentados pelos dois maiores partidos e não fica tranquilo com nenhum. Sobre o do PS, diz ser “inexequível”, já que promete “aumentar a despesa sem subir os impostos”. Quanto ao do PSD, não percebe de que forma se propõe a cortar a despesa, dando como aceite que “se comprometeu a não agravar a carga fiscal”.

Augusto Morais entende que o enfoque deve ser dado a quem recebe os apoios existentes, já que “a manipulação dos incentivos por parte dos organismos gestores faz com que os subsídios europeus sejam desbaratados pelas grandes organizações”, deixando as PME a pagar “a galopante carga fiscal”.

Em concreto, Joaquim Cunha salienta a criação de uma moratória sobre os pagamentos à Segurança Social por parte das empresas, até à chegada da retoma económica e o já tantas vezes reclamado pagamento do IVA contra o recibo e não no momento da factura, que muitas vezes obriga as empresas a pagar o respectivo imposto e a arcar com o “calote” do cliente.

quinta-feira, agosto 27, 2009  
Blogger Toupeira said...

de recessão em recessão até à vitória final, como dizia Lenine, coisa criada pelos Bilderberg antigos:
As possibilidades de a economia global voltar a entrar em recessão estão a aumentar devido aos planos para acabar com os programas de estímulo económico, escreve o economista Nouriel Roubini num artigo de opinião publicado hoje no Financial Times.

“Existem riscos associados com as estratégias de saída das políticas massivas de estímulo monetário e económico. Os responsáveis irão ter graves problemas, independentemente das decisões que tomem”, prevê Roubini, um dos especialistas que melhor antecipou a presente crise financeira global. Em sua opinião, os governos e os bancos centrais porão em risco a retoma económica, aumentando os riscos de ‘estagflação’, uma mistura de estagnação com inflação, caso aumentem os impostos, cortem nas despesas e reduzam o excesso de liquidez nos sistemas financeiros para equilibrar os défices orçamentais.

Em contrapartida, se aquelas medidas não forem tomadas, os grandes défices estatais, designadamente nos EUA e no Reino Unido, serão fortemente penalizados pelos mercados obrigacionistas, já que as expectativas de inflação e os juros que aquelas nações terão de pagar pela sua dívida irão subir fortemente, o que irá levar a uma situação de estagflação, sustenta Roubini.

O economista note-americano calcula que, com os actuais pacotes de emergência financeira, a economia global irá “bater no fundo” no segundo semestre de 2009, embora a recessão não deva estar “formalmente terminada” nos EUA e no Reino Unido antes do fim do ano, ao contrário da China, Alemanha, França, Austrália e Japão, onde a recuperação já terá começado.

“Sumariamente - conclui Roubini - a retoma deverá ser anémica e abaixo das tendências nas economias avançadas existindo um risco grande de recessão com retomas ligeiras e intercaladas [double-dip recession].”

quinta-feira, agosto 27, 2009  
Anonymous Anónimo said...

Este senhor Camilo Lourenço não deve realmente ver nada de nada.

Para além do que já foi comentado, sai mais esta, acabadinha de chegar... dos USA.

«O FDIC, Federal Deposit Insurance Corporation, o organismo federal de garantia dos depósitos bancários dos Estados Unidos, anunciou hoje que os bancos americanos, no segundo trimestre, somaram prejuízos líquidos conjuntos de 3,7 mil milhões de dólares e que 416 deles estão em dificuldades.

A situação é inédita desde 1994, no auge da crise das caixas de poupança (Savings & Loan).
As perdas foram causadas por incumprimentos de créditos, referiu o FDIC. Em 2008, a despeito da profunda crise, o sector ainda conseguiu registar um lucro global de 4,8 mil milhões de dólares.
A presidente do FDIC, Sheila Bair, sustentou que “neste momento, as dificuldades e o necessário processo de reconhecer as perdas causadas por créditos concedidos, além da limpeza dos balanços, continua a afectar os resultados”.
O informe trimestral do FDIC mostra que as provisões para crédito malparado totalizaram 66,9 mil milhões de dólares, um aumento de 16,5 mil milhões (32,8%) em relação ao segundo trimestre de 2008.
As perdas relacionadas com ativos críticos somaram 3,6 biliões de dólares, quando no ano passado atingiram 366 milhões.
No final de Junho, 416 instituições bancárias foram listadas como “problemáticas” quando em 31 de Março eram apenas 305.
As reservas totais do fundo de seguros do FDIC ascendiam a 42 mil milhões de dólares no final do segundo trimestre. Em 30 de Junho, caíram para 32 mil milhões de dólares.
MRA Alliance/Agências»

sexta-feira, agosto 28, 2009  

Enviar um comentário

<< Home

Divulgue o seu blog!