A democracia dos débeis mentais

Chegámos a um ponto em que é necessário saber se vale a pena votar.

Decerto, para muitos que aqui espreitam, sem desprimor do termo, entendendo-se como leitura em transversal, será fácil concluir que não conta o voto, porque não existe de facto objecto credível naquilo que se vai escolher com o voto.

Daí defender o não voto.

O Professor Adriano Moreira há pouco chamava ao Parlamento a Assembleia dos murmúrios que, infelizmente digo eu, representa o voto dos débeis de espírito ou dos oportunistas da partidocracia instalada e que defende a não Justiça, a ausência da autoridade do Estado e a impunidade dos criminosos que abundam na vida política e que infelizmente nos governam a vida e a vida do país e destroem esse mesmo Estado que é apenas um resquício do que foi e deveria ser.

Daí, ser de toda a conveniência não haver maioria absoluta.

Daí ser necessário não votar.

Daí se poder concluir que a haver um vencedor, já por essência vencido, por défice de autoridade e por défice de número daqueles que não votaram e por não terem por onde escolher.

Entreguem então Atenas aos Atenienses e que um manto de vergonha os varra do espectro político, já que Justiça não cobra o que deve, os juízes não cumprem o dever e os homens públicos foram obrigados a desistir da coisa e da causa pública, pela ralé que comanda o regime.

Fiquem bem os Homens de bem, porque, por enquanto, quem vai decidir do futuro serão os débeis mentais.