A anatomia de Sócrates
"Como é que um primeiro-ministro supremo e intocável está à beira da morte política? Sócrates não percorre os terrenos do abismo em virtude de uma acção política forte e derradeira com vista à regeneração do País.
Bem pelo contrário. O primeiro-ministro deixou-se envolver em pequenos rancores e guerras pueris contra a comunicação social, contra imaginárias forças de bloqueio e contra um exército de inimigos escondidos na sombra. Na política nacional, o primeiro-ministro é uma espécie de Quixote atormentado. Centro da verdade e da política, Sócrates ignora que uma sociedade livre não é uma arma e que o Governo não é um projéctil apontado a todos os alvos. O primeiro-ministro é a grande vítima dos métodos políticos de Sócrates.
E eis o país mergulhado no descrédito das conspirações, com escutas, providências cautelares, jornalistas afastados, administradores comprometidos, gestores enganados e o escândalo das intrigas que corrói e que corrompe. Perante esta entusiástica pestilência, o PS foge para a frente e desafia a oposição para o duelo de uma moção de censura. Perigoso equívoco. Com um Governo fragilizado e refugiado na secura das justificações formais, a lógica da situação aponta para a apresentação de uma moção de confiança. No terreno da coragem e da política, a iniciativa está no lado do Governo.
O caso das escutas coloca à superfície a completa erosão dos mecanismos que regulam as relações entre o poder político e a comunicação social. Com um poder político sem uma oposição eficiente e alternativa, o Governo concentrou-se demasiado no controlo da opinião pública como garante de uma longa estadia no poder. Curiosamente, este conflito acaba por rasgar definitivamente na fronteira entre o poder político e o poder judicial. A publicação das escutas são um desafio directo ao poder político envolvendo a independência do poder judicial. Neste sentido, em Portugal não funciona uma efectiva separação de poderes, mas sim um conflito público e notório entre poder político, poder judicial e o famigerado quarto poder. As escutas são um enorme ruído que coloca em cheque a neutralidade do poder judicial na mediação do conflito entre a verdade e a política.
Toda esta situação surge num país em situação económica difícil e num quadro de brutal apatia do PSD. Ninguém imagina uma intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal, mas o auxílio da Europa parece uma hipótese a considerar. Politicamente, o PSD não está preparado para o peso da governação, enquanto o PS parece já não estar à altura dos trabalhos do Governo. Este impasse representa a violência do atraso económico e social dominado pela paranóia política. E o silêncio de Belém é uma má notícia para o país. "
Carlos Marques de Almeida
Bem pelo contrário. O primeiro-ministro deixou-se envolver em pequenos rancores e guerras pueris contra a comunicação social, contra imaginárias forças de bloqueio e contra um exército de inimigos escondidos na sombra. Na política nacional, o primeiro-ministro é uma espécie de Quixote atormentado. Centro da verdade e da política, Sócrates ignora que uma sociedade livre não é uma arma e que o Governo não é um projéctil apontado a todos os alvos. O primeiro-ministro é a grande vítima dos métodos políticos de Sócrates.
E eis o país mergulhado no descrédito das conspirações, com escutas, providências cautelares, jornalistas afastados, administradores comprometidos, gestores enganados e o escândalo das intrigas que corrói e que corrompe. Perante esta entusiástica pestilência, o PS foge para a frente e desafia a oposição para o duelo de uma moção de censura. Perigoso equívoco. Com um Governo fragilizado e refugiado na secura das justificações formais, a lógica da situação aponta para a apresentação de uma moção de confiança. No terreno da coragem e da política, a iniciativa está no lado do Governo.
O caso das escutas coloca à superfície a completa erosão dos mecanismos que regulam as relações entre o poder político e a comunicação social. Com um poder político sem uma oposição eficiente e alternativa, o Governo concentrou-se demasiado no controlo da opinião pública como garante de uma longa estadia no poder. Curiosamente, este conflito acaba por rasgar definitivamente na fronteira entre o poder político e o poder judicial. A publicação das escutas são um desafio directo ao poder político envolvendo a independência do poder judicial. Neste sentido, em Portugal não funciona uma efectiva separação de poderes, mas sim um conflito público e notório entre poder político, poder judicial e o famigerado quarto poder. As escutas são um enorme ruído que coloca em cheque a neutralidade do poder judicial na mediação do conflito entre a verdade e a política.
Toda esta situação surge num país em situação económica difícil e num quadro de brutal apatia do PSD. Ninguém imagina uma intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal, mas o auxílio da Europa parece uma hipótese a considerar. Politicamente, o PSD não está preparado para o peso da governação, enquanto o PS parece já não estar à altura dos trabalhos do Governo. Este impasse representa a violência do atraso económico e social dominado pela paranóia política. E o silêncio de Belém é uma má notícia para o país. "
Carlos Marques de Almeida
1 Comments:
Bem, como estamos num Pais de brincadeira, achei delirante a declaração do homem. Disse tanto e coisas tão do nosso desconhecimento que fez pensar. Delirei com a comunição ao País, opss declaração, numa 5ª feira antes que o Sol (jornal, entenda-se , porque nem o Sol já quer nada com este País ) trouxesse amanhã novas informações, que não declarações sobre a Face Oculta deste Governo Socratiano. A mim espanta-me, hoje somente 2 coisas: uma o apoio incondicional que Marinho Pinto está a dar a este Socrates, sabendo-se muito bem hoje do que estes individuos são capazes (não quer dizer que outros tnb n sejam capazes de o fazerem), a outra é como é possivel que este socrates não tenha vergonha do que andou a fazer no " escondidinho", sim porque não acredito que apenas um rapazito de nome Rui qualquer coisa Soares seja o único. A outra é ainda o facto do Partido Socialista não ter vergonha de ter nas suas fileiras este tipo de individuos, com jogos de cintura muito frageis. Enfim, mas como estamos no Portugolândia....
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