Palavras de um sonho num céu assim...
Como curiosidade, esta série de palavras soltas foram o meu Carnaval, e não, não tive fim de semana prolongado, trabalhei no domingo e amanhã é Quarta Feira de Cinzas, começa a Quaresma.
Sou como muitos, uma pessoa que tem altos e baixos, mas o sol faz-me falta e a todos nós, está claro de ver, dizia uma pessoa de grande estima que o sol fazia melhorar aquela depressão de que todos sofremos, quando se aproxima a Primavera e o Outono, é natural, mas felizmente não mandamos no tempo.
Do que costumo falar, nem uma palavra, isto não tem mesmo cura, é paliativo.
Contaram-me e eu sei, porque já vi,
que os bichos, quando chega a sua hora e sentem a senhora da gadanha,
procuram um local quieto e calmo, longe de tudo,
e esperam.
Antes diziam os antigos e eu vejo da forma como se lembra num sonho,
habitualmente os velhos, ou os novos que perdiam as forças e esperanças,
faziam como aqueles seres a que chamamos de bichos.
E eu,
que vagueio por vezes,
pelos campos e pela minha consciência,
que por vezes não consigo distinguir a realidade, ou a verdade da mentira,
que me interrogo do bem e do mal,
que vivo rodeado de sombras, com as quais não posso falar nem ver,
mas pressinto,
que são pessoas idas para o outro lado,
porque, por vezes,
e duvido que outros que não apenas eu,
já não sofressem esse sentimento,
que se manifesta como um arrepio,
se sente no corpo, principalmente nos cabelos,
como se fôssemos um cão de pêlo eriçado pressentindo o perigo.
Eu, na minha imaginação ou ignorância,
penso que são seres etéreos, querubins ou outros anjos,
que de hierarquia de anjos pouco conheço,
dos outros não sei, porque lhes conheço apenas a superfície da alma,
algumas coisas boas ou más do corpo,
o que para aprendiz de feiticeiro que sempre quis ser,
não é nada mau,
ou então trata-se de um pouco de vaidade.
Dos outros pouco conheço e de mim, o mesmo posso dizer,
ainda não consegui sabero que sou eu,
e o que são os outros, bichos, terra, mar e ar.
Tudo junto.
Daí, a minha sempre dúvida, de não saber onde começa o bicho e acaba o homem,
porque, no fundo acredito que todos temos alma.
Já experimentaram olhar nos olhos de um animal que se aconchega, ou nos suplica algo,
com o olhar que só so bichos podem ter,
e, se isso não é alma o que é?
Se homens e bichos procuram um recanto para morrer, quando de morte não violenta,
que somos todos, senão animais com alma?
O mundo afinal, se calhar somos todos,
como as estrelas todas são iguais,
diferentes no brilho dado ou não pela distância,
e do combustível que um dia se há-de gastar, como a vida dos outros e de eu.
As palavras e o resto são da autoria de quem as publica.
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