A oposição ao mundo real
"Sabem aqueles líderes que se consagram nos momentos decisivos, quando é preciso propor o que ninguém quer fazer e dizer o que ninguém quer ouvir? Pedro Passos Coelho não é um líder desses. Na terça-feira, enquanto Portugal se inclinava perigosamente sobre o penhasco, o dr. Passos Coelho convocou solenemente a imprensa a fim de informar a nação de que a "soberania nacional" é vítima de uma campanha manobrada por "especuladores". Não satisfeito, horas depois uniu-se ao eng. Sócrates para "defender" o país do "ataque especulativo sem fundamento quer ao euro quer à dívida soberana portuguesa". Misteriosamente, o país não se sentiu defendido. Mas devia ter-se sentido esclarecido quanto à redundância que o dr. Passos Coelho é.
Se a ideia é desempenhar o papel de queixinhas impenitente, a oposição não é necessária: o Governo e a adjacência denominada PS chegam e sobram. Teixeira dos Santos, que parece ter chegado ao poder anteontem, justificou a nossa penúria com o "ataque dos mercados" e pede "acção".
Vital Moreira explica que, embora a culpa da situação grega (e portuguesa, presume-se) seja da Grécia, é desejável que os que disso se aproveitam "partam os dentes", não sei se em sentido literal ou figurado. Francisco Assis garante que é prematuro cancelar os investimentos públicos, esquecendo-se das aspas em "investimentos". E o eng. Sócrates, que preside à ofensiva de negação ou optimismo (na circunstância sinónimos), pôde citar o "responsável" (sic) presidente do PSD na defesa das obras estatais.
A existir, o que começa a ser polémico, suspeito que a solução para a nossa penúria não passa pelos consensos entre o eng. Sócrates e o dr. Passos Coelho em volta da manutenção das exactas políticas e dos exactos delírios que nos trouxeram até aqui, com um punhado de "cortes" pelintras para disfarçar. É certo que, há um ano e tal, os delírios, igualmente conhecidos por "despesa pública", nos salvariam de uma crise provocada pelo "neoliberalismo". Hoje, vai sendo tempo de admitir que o "neoliberalismo" não só era medonho como imaginário e que a despesa é, em larga medida, a própria crise.
Sinceramente, pensava que o dr. Passos Coelho tinha percebido essa evidência, a de que os ataques à "soberania nacional" provêm, quase todos, do Governo. Obviamente, não percebeu ou fingiu não perceber, o que, segundo afirmou fonte governamental, numa demonstração de que o tratamento dispensado ao Português não supera o da Economia, abriu uma "janela de oportunidade" ao entendimento. Porém, fechou as hipóteses de se distinguir da desvairada trupe que nos tutela.
Em nome da referida "responsabilidade", o dr. Passos preferiu rejeitar a nossa crescente má fama a questionar as suas causas. E isso, ao contrário do que foi dito, não reforça a confiança de ninguém. A confiança no futuro do país não depende de quem tanto se esforçou para a estraçalhar. Nem, já agora, de quem se prontifica a ajudar na tarefa."
Alberto Gonçalves
Se a ideia é desempenhar o papel de queixinhas impenitente, a oposição não é necessária: o Governo e a adjacência denominada PS chegam e sobram. Teixeira dos Santos, que parece ter chegado ao poder anteontem, justificou a nossa penúria com o "ataque dos mercados" e pede "acção".
Vital Moreira explica que, embora a culpa da situação grega (e portuguesa, presume-se) seja da Grécia, é desejável que os que disso se aproveitam "partam os dentes", não sei se em sentido literal ou figurado. Francisco Assis garante que é prematuro cancelar os investimentos públicos, esquecendo-se das aspas em "investimentos". E o eng. Sócrates, que preside à ofensiva de negação ou optimismo (na circunstância sinónimos), pôde citar o "responsável" (sic) presidente do PSD na defesa das obras estatais.
A existir, o que começa a ser polémico, suspeito que a solução para a nossa penúria não passa pelos consensos entre o eng. Sócrates e o dr. Passos Coelho em volta da manutenção das exactas políticas e dos exactos delírios que nos trouxeram até aqui, com um punhado de "cortes" pelintras para disfarçar. É certo que, há um ano e tal, os delírios, igualmente conhecidos por "despesa pública", nos salvariam de uma crise provocada pelo "neoliberalismo". Hoje, vai sendo tempo de admitir que o "neoliberalismo" não só era medonho como imaginário e que a despesa é, em larga medida, a própria crise.
Sinceramente, pensava que o dr. Passos Coelho tinha percebido essa evidência, a de que os ataques à "soberania nacional" provêm, quase todos, do Governo. Obviamente, não percebeu ou fingiu não perceber, o que, segundo afirmou fonte governamental, numa demonstração de que o tratamento dispensado ao Português não supera o da Economia, abriu uma "janela de oportunidade" ao entendimento. Porém, fechou as hipóteses de se distinguir da desvairada trupe que nos tutela.
Em nome da referida "responsabilidade", o dr. Passos preferiu rejeitar a nossa crescente má fama a questionar as suas causas. E isso, ao contrário do que foi dito, não reforça a confiança de ninguém. A confiança no futuro do país não depende de quem tanto se esforçou para a estraçalhar. Nem, já agora, de quem se prontifica a ajudar na tarefa."
Alberto Gonçalves
7 Comments:
A insanidade política é quase colectiva; nenhuma entidade idónea acredita neste governo e neste PM. O primeiro passo a dar é substitui-los, o mais rapidamente possível. Passos Coelho caiu nas areias movediças do patriotismo e da crise. Está despachado! Isto não vai lá com paninhos quentes.
A população, reage afectiva e emotivamente. Não racionalmente. Só quando estivermos bem enterrados, infelizmente, sairá alguém do armário para pôr isto em ordem.
O sistema partidário, em Portugal, fracassou!
Mário Soares fracassou!
(Parte 1)
Artigo de Clara Ferreira Alves, no Expresso
(POR CLARA FERREIRA ALVES)
Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.
Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.
Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
(Parte 2)
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência do Ministério da Saúde Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade.
Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
Clara Ferreira Alves - "Expresso"
Eh Clara duma cana! Estava enganado; ganhou um admirador.
Jorge Sampaio apela a muita coisa, é mais um herói deste pobre país.
No entanto é culpado deste governo que destrói este país, ele e o miseráveml povo que o elegeu.
Mas de facto há especuladores e Coelho tem razão o indivíduo qu escreve o cometário, sabe e sabendo faz frete.
Porque é que ninguém revela que o déficit do UK é de 13%, daí o silêncio no debate dos 3 partidos.
Mas o UK tem dívidas soberanas como Portugal e a Grécia, é verdade tem uma diferença é o UK o cão de fila dos USA.
Quem está a fazer os ataques são bonhoders ligados a agências de rating e as agências de rating têm donos, como o Fed, e os donos do Fed são banqueiros detentores dos 5 maiores bancos nos USA e too big to fail ou too big to fall.
Porque é que tantos idiotas escrvem e porque é que que os deixam escrever?
É claro como o deputado ladrão de cassetes estes são ladrões da verdade.
Porque aqui Passos tem razão, embora siga o caminho já repissado do neoliberalismo, a UE é que deve ser apontada, porque Barroso tem medo dos patrões e a chanceler alemã dos donos.
A UE foi feita em 2 velocidades e com dois sistemas monetários, já esqueceram, como é que Portugal, a Grécia a Espanha só para citar 3 países podiam entrar a jogo com as condições de uma alemanha que deixou de ser com os 2 últimos chanceleres criados dos americanos e das 100 famílias que governam o mundo?
Ora deixem de escrever asneiras e vejam o que se passa.
Uma coisa são governos corruptos como a grande maioria depois de Abril outra coisa são a destruição de economias vindas de fora.
A pergunta certa é porque é que a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu e já agora o BCE deixam o FMI e as agências de rating comandadas pelos especuladores cnhecidos fazer oqque querem.
Proíbam a sua actividade na Europa.
Não há tomates?
Então nã há Europa.
Queria dizer o artigo e não o comentário como é óbvio.
O grupo dos 300 movimenta-se por aí...
Enviar um comentário
<< Home