sexta-feira, dezembro 17, 2010

Até ao lavar dos cestos é vindima

Gasta-se mais nas compras apesar da crise
00h15m
Pedro Araújo
Os portugueses movimentaram 2,5 mil milhões de euros em compras (1,3 mil milhões) e levantamentos (1,2 mil milhões) por multibanco nas primeiras duas semanas deste mês. A Confederação do Comércio confessa que o nível de vendas é "interessante".

A realidade parece desmentir a aparência. Os números do Instituto Nacional de Estatística relativos ao terceiro trimestre parecem ser um quadro fiel da crise: o consumo privado das famílias está a desacelerar - cresceu 1,3% contra 2,8% no segundo trimestre. Uma vez recebido o subsídio de Natal, em Novembro, os portugueses parecem estar agora a antecipar compras de produtos que ficarão mais caros em 2011, devido ao aumento do IVA, procurando igualmente algum relaxamento antes da austeridade que será imposta pelo Governo no próximo ano.

Os números da SIBS, gestora da rede multibanco, mostram que nas primeiras duas semanas deste mês há um aumento no valor do dinheiro "circulante" face aos valores do ano passado. Na primeira semana de Dezembro, os portugueses gastaram 673 milhões de euros em compras com os cartões multibanco - circulam no país 16,6 milhões cartões de débito - e levantaram 598 milhões, um crescimento homólogo de 4,7% e 0,9%, respectivamente. Quanto à segunda semana deste mês, os consumidores gastaram 707 milhões de euros em compras, mais 6% em termos homólogos, e os levantamentos multibanco totalizaram 597 milhões, o que representa um crescimento de 2,4% face a igual semana de 2009. Somadas as duas primeiras semanas de Dezembro deste ano, obtemos os já referidos 2,5 mil milhões de euros movimentados.

Menos 12 mil lojas em 2010

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) acredita que a conjugação do "ambiente fim de festa" em Portugal com as promoções em vigor levou a um nível de vendas interessante. No entanto, este período mais gastador dos portugueses não salvará o sector. "Fecha uma média de 50 lojas por dia e abrem apenas 10. Chegaremos ao final deste ano com menos 12 mil pontos de venda", revela João Vieira Lopes, presidente da CCP.

Os números da SIBS não causaram estranheza à CCP. "A informação empírica que temos é que o nível de vendas está a aumentar, sobretudo nos bens duráveis e semi-duráveis que terão uma taxa de IVA superior em 2011. Estou a falar mais concretamente dos electrodomésticos e dos automóveis, sectores onde se sente o efeito da antecipação das compras", afirma João Vieira Lopes.

Por outro lado, tanto Catarina Frade, do Observatório de Endividamento dos Consumidores, como o presidente da CCP notam que há um efeito psicológico de "relaxamento" (ver mini-entrevista na página ao lado) ou, como refere João Vieira Lopes, um "ambiente fim de festa" nas vésperas de um período que se adivinha mais difícil para as famílias portuguesas.

Mais sobreendividados

De acordo com dados fornecidos pela Deco, o seu Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS) recebeu em Novembro 275 pedidos de apoio contra 201 no mesmo mês do ano passado. Em termos acumulados desde o início do ano, o GAS dá conta de 2653 casos em 11 meses contra 2620 no período homólogo de 2009. Segundo Natália Nunes, responsável pelo GAS, há cada vez mais solicitações de apoio e muitos já não têm solução na Deco mas sim no tribunal. "Muitas famílias têm dificuldade em fazer o seu orçamento e Dezembro agrava ainda mais esse defeito. As pessoas não planeiam e gastam mais do que deviam neste mês do Natal", explica Natália Nunes.
Gasta-se por antecipação, e para provisão de dispensa.
As lojas a partir do fim de ano vão ficar no essencialíssimo mas não é preciso ser especialista para saber que as medidas de aumento de imposto vão destruir o que resta da economia, o FMI tem essas regras o BCE e Barroso são criados dos americanos de Wall Street, a Europa não pode separar a economia como fez, os ricos e pobres já eram, e limitar o Euro aos défices é estupidez, vejam os americanos, emitem moeda falsa e aumentam quando querem o petróleo, com a protecção das tropas aliadas, e o negócio do ópio.
Se os chineses lhes pedirem para pagar dizem-lhes para irem fazer queixa ao Deng, quem paga tudo isto é acrise em quea maioria da população mundial está mergulada excepto como sempre foi os CEO das multinacionais e o sector financeiro.

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