sexta-feira, março 25, 2011

Auditoria ao défice, já

"O País caiu na crise política porque até agora o actual Governo entreteu-se a brincar às mentiras nas contas públicas. O que parece nunca é. Afinal, é bem pior.

Em 2009, foi a primeira grande aldrabice. Os portugueses foram para eleições legislativas com a garantia do primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, de que o défice orçamental era de 5,8%, acabou poucos meses depois em 9,3%. No ano seguinte, a mesma história de terror mas ainda com mais vítimas.

O Executivo socialista já sabia em Janeiro que tinha de reduzir o saldo negativo das contas públicas para 7,3%. O descontrolo foi tanto que teve de se recorrer ao fundo de pensões da Portugal Telecom - mais de dois mil milhões de euros -, o que parecia garantir um resultado melhor do que o esperado (6,9%), ainda que artificial. Pois bem, o Eurostat descobriu que as contas estão mal feitas e é preciso somar o BPN e os buracos crónicos nas contas públicas. Afinal, podemos acabar com um défice acima de 8%.

Nos poucos meses de execução do Orçamento deste ano, a mesma história de ficção. O Governo a fazer conferências de imprensa com os dados da execução orçamental e o Banco Central Europeu a apanhar insuficiências de pelo menos 0,8% do PIB porque a equipa das Finanças partiu de um cenário macroeconómico que só poderia concretizar--se no país das maravilhas.

Foi por isto que José Sócrates perdeu toda a sua credibilidade interna e externa. Não basta apresentar pacotes de medidas trimestrais e pedir o apoio da oposição e dos parceiros sociais. É preciso garantir que são realizados com rigor. E esta equipa do Ministério das Finanças já não consegue. Teixeira dos Santos chegou a ser o principal activo do Executivo, depois do próprio primeiro-ministro. Agora já faz parte do problema. Não tem força política para travar os apetites despesistas dos colegas de Governo e é a origem dos maiores embaraços externos. As finanças públicas em Portugal são uma ficção e de terceira categoria.

Desta forma, é preciso evitar os erros do passado. Portugal vai entrar em novo período eleitoral e os portugueses têm o direito de saberem a real dimensão do défice orçamental e da dívida pública antes de irem às urnas no fim de Maio. Caso contrário, qualquer discussão é estéril. Os partidos políticos bem podem comprometer-se com a redução do défice, mas como avaliar as suas propostas sem conhecer a dimensão do problema? Por um lado, será sempre um acto inútil. Por outro lado, dá espaço a todas as demagogias na campanha eleitoral.

A maneira de resolver esta questão é fazer já uma auditoria às contas públicas, que deverá estar concluída antes das eleições. A presidência da República deve liderar a iniciativa que deve ser conduzida pelas entidades europeias - Eurostat, Comissão Europeia e BCE - e pelo INE, com a colaboração do Governo em gestão. As entidades europeias tiveram recentemente em Portugal, pelo que há trabalho adiantado e ninguém vai colocar em causa os seus resultados. Os portugueses merecem a verdade sobre o problema mais urgente do País. Senão, como votar em consciência?
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Bruno Proença

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Há um problema se mentiu, se se prova que é com dolo e parece ser, atendendo a que se armam em vítimas, estes tipos deveriam ser julgados por actos de traição e burla como detentores de cargos públicos. Afinal a democracia na verdade é o regime que interessa aos poderosos, à finança e a Europa é outra burla, a Espanha tem tantos ou mais problemas que nós, mas nem uma palavra,a Europa está morta só falta enterrar.
A Alemanha já se virou para Leste, não entrou na aventura Líbia, mas o húngaro da Mossad já fez um acordo de forças armadas comuns com os ingleses.
O Euro foi feito pela Alemanha aqui foi feito para os outros que não os Portugueses.
Barroso é mais um traidor, já trabalhava para os americanos na altura da embaixada de Espanha e continua a trabalhar, é um agente deles que criaram esta Europa para agora destruirem, conforme interesses de Wall Street que ganha com as burlas subprime e agora com as bolhas financeiras criadas pelas chamadas dívidas soberanas.
Podemos ser levados, mas parvos são os que querem, isto não é um clube de futebol.
A partidocracia é a nossa desgraça.

sexta-feira, março 25, 2011  
Blogger mfc said...

Não há nada como fazer o mesmo aquem lhes fez isto há 6 anos!!!!

sexta-feira, março 25, 2011  

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