O (baixo) nível a que isto chegou
"De um lado está o PS, onde José Sócrates, Silva Pereira e Francisco Assis apelam à negociação do PEC IV, porque o que foi acordado com Bruxelas são apenas "guidelines".
Do outro está o PSD, onde Passos Coelho, Miguel Relvas Filipe e Miguel Macedo dizem que o Governo já negociou tudo com a Comissão e o BCE.
Em momentos destes costuma ser muito difícil separar a campanha eleitoral dos factos. Mas ontem a ajuda veio de onde menos se esperava: de Bruxelas. Ora veja as seguintes declarações:
"Aprovámos o programa de ajustamento tal como nos foi proposto pelo governo português e que foi avalizado tanto pela Comissão Europeia como pelo Banco Central Europeu. É evidente que há compromissos assumidos por Portugal e não podemos afastar-nos de compromissos assumidos". Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo (sobre a oportunidade de uma renegociação do PEV IV).
"Não vejo qualquer razão que fizesse com que pudéssemos alterar o programa, tal como nos foi comunicado e aprovado". Olli Rehn, comissário responsável pela pasta de Economia e Finanças.
Depois destas palavras, explícitas quanto ao que verdadeiramente se passou na última Cimeira, só há uma coisa que surpreende: como é que o primeiro-ministro e a sua entourage insistem que o que foi negociado (leia-se imposto) em Bruxelas, com a bênção da senhora Merkel, foram apenas "guidelines" (linhas de orientação). São coisas como esta que fazem o mais ardente defensor da estabilidade política pensar que não há outra solução senão ir a eleições. Porque seja o que for que saia delas, é melhor do que o temos."
Camilo Lourenco
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