segunda-feira, junho 27, 2011

Critérios

"Enquanto decorria a tomada de posse, no exterior do Palácio da Ajuda meia dúzia de criaturas, que evitaram mostrar os rostos às televisões, exigiam "democracia verdadeira", ou seja, uma democracia na qual as criaturas não necessitassem de votos para mandar em todos nós no lugar do governo eleito. A parelha de comediantes, passe a redundância, chamada "Homens da Luta" também compareceu.

Horas depois, outro grupo, constituído por dois portugueses e dois espanhóis aos gritinhos de "Não pagamos!" (o quê, já agora?), tentou, ou fez que tentou impedir a saída de Vítor Gaspar do Ministério das Finanças. A parelha de comediantes "Homens da Luta" andou igualmente por lá.

Além de cómicos e apesar de microscópicos, os episódios foram igualmente simbólicos do que nos espera: uma época repleta de palhaços, amadores ou profissionais, aos berros contra a troika e o inevitável. Se os primeiros momentos do novo executivo mereceram apenas os protestos de um punhado de ociosos, os momentos que se seguem suscitarão protestos de imensos ociosos, oportunistas, demagogos e companheiros de viagem. Se não suscitarem, é sinal de que o Governo não está a cumprir a sua missão. As metáforas marítimas e quinhentistas que Pedro Passos Coelho usou no seu discurso inaugural possuem carácter meramente decorativo. Na prática, a competência do Governo será sobretudo medida por dois critérios: o barulho e a indiferença ao barulho. O resto é o resto
"

Alberto Gonçalves

1 Comments:

Blogger menvp said...

"Democracia verdadeira, já!

Leia-se: DIREITO AO VETO de quem paga (vulgo contribuinte):
- blog fim-da-cidadania-infantil.
{um ex: a nacionalização do negócio 'madoffiano' BPN nunca se realizaria: seria vetada pelo contribuinte!}

segunda-feira, junho 27, 2011  

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