sexta-feira, outubro 28, 2011

As privatizações do bando neo liberal


Depois de assistirmos pela televisão à discussão entre o PSD e PS
sobre as parcerias publico privadas e do "buraco financeiro" que os
socialistas nos deixaram que só os nossos netos pagarão lá para
2050(....), resolvemos trazer à nossa memória o "culto do privado" que ao
longo dos tempos os diferentes Países exerceram no último terço do
século XX. Alguns podem dizer que o entusiasmo em dispensar bens de
propriedade pública foi puramente pragmático.
 Porquê privatizar?
Porque numa época de limitações orçamentais, a privatização parecia
poupar dinheiro. se o estado é dono de uma fábrica ineficiente ou de
um serviço dispendioso, passa-o para compradores privados. a venda
rende naturalmente dinheiro ao Estado. Todos saem a ganhar: o serviço
melhora, o Estado livra-se de uma responsabilidade imprópria, os
investidores lucram, e o sector público consegue ganhar imediatamente
com a venda.
Em especial no Reino Unido, as finanças encaravam operações
lucrativas como meras "galinhas de ouro".
A longo prazo, isso teve como resultado serviços ineficientes.
O que temos estado a assistir é à firme deslocação da
responsabilidade pública para o sector privado sem vantagem colectiva
discernivel. Contrariamente à teoria económica e ao mito popular, a
privatização é ineficiente. A maioria das coisas que os governos
julgaram apropriadas está a funcionar com prejuízo.
Precisamente por essa razão, esses bens públicos não eram em si
mesmo apelativos para compradores privados, a menos que oferecidos com
um desconto acentuado. ;Mas quando o Estado vende barato o público
fica a perder. A esse prejuízo devem ser acrescentados mais comissões
para os banqueiros que negociaram as privatizações.
A única razão porque os investidores privados desejam adquirir
bens públicos aparentemente ineficientes é porque o Estado elimina ou
reduz a sua exposição ao risco. As empresas adquirentes receberam a
garantia de que acontecesse o que acontecesse, ficariam protegidas de
prejuízos graves.
Temos o exemplo aqui em Portugal do que se passa com o
Serviço Nacional de Saúde, Transportes, etc que vão à falência.
Hoje nos E.U. e Reino Unido temos um estado desacreditado e
uma enchente de espectadores privados gananciosos.
O resultado é uma sociedade esvaziada. do ponto de vista da
pessoa que está no fundo - à procura de subsídio de
desemprego, cuidados médicos, regalias sociais ou outros serviços, já
não com o Estado que ele conta instintivamente. O serviço é fornecido
por um intermediário privado.
O espectáculo que assistimos todos os dias no Parlamento é
uma visão desoladora: uma sala de estar de arrivistas, bajuladores e
seguidores profissionais de uma mediocridade petulante. Já não há
confiança em pessoas assim, perdemos a fé não só nos Deputados e
Congressistas mas no próprio Parlamento.
Os homens e mulheres que hoje dominam a política ocidental,
são na grande maioria produtos - ou no caso de Sarkhosy, sub produtos
dos anos 60. Bill e Hillary Clinton são todos "baby boomers". São-os
também Anders Rasmussen, Sègolene Royal do anémico partido socialista
francês e Van Rampuy o desinteressante Presidente da União
Europeia. Todos estes grupos de políticos, nos quais se inclui um tal
Barroso tem em comum o entusiasmo que não conseguem inspirar nos
eleitores dos seus respectivos Países. Não transmitem nem convicção
nem autoridade. Convencidos de que pouco podem fazer, pouco fazem.
Deles o melhor que pode ser dito, como tantas vezes sucede com a
geração "babyboom", é que não defendem nada em particular.
Estes políticos de Bruxelas, são todos pela "democracia e redes
de esgoto em boas condições"... Já descrevi estes políticos num artigo
que intitulei "Kakocracia em Bruxelas".
Durante o século do liberalismo constitucional as democracias
ocidentais foram lideradas por uma classe distintamente superior de
estadistas, quaisquer que fossem as suas afinidades políticas. Desde
Winston Churchil, Willy Brandt, Oliveira Salazar Franco Nogueira,
Justino Mendes de Almeida, Soares Martinez e tantos outros
representavam uma classe política profundamente sensível às sua
responsabilidades sociais e morais. É uma questão em aberto, se foram
as circunstâncias que produziram os políticos, ou a cultura da época
que levou Homens desse calibre a entrar para a política. É por isso
que afirmamos que a nossa época actual é a de pigmeus!!!.
No entanto é o que temos.
Portugal atravessa um período de uma extrema debilidade
económica acumulando défices e atingindo altos níveis de endividamento
externo, tendo que aumentar a competitividade para exportar
mais, principalmente no sector dos bens transaccionáveis e
simultaneamente escolher investimentos que não tenham uma elevada
componente externa, pois tal iria agravar ainda mais o défice
externo, o que pode constituir a médio e longo prazo um encargo para
as gerações vindouras para além do que seria desejável, constituindo
uma pesada herança para o futuro.

ASD

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