Cena Política
"Não podia ser mais perplexizante a entrada de António José Seguro na cena política.
No Congresso do PS, há pouco menos de três semanas, anunciou que o combate à corrupção iria ser uma das «três prioridades» da sua agenda. E prometeu mesmo que iria avançar – apesar de o PS de Sócrates, nos últimos anos, sempre se ter oposto a isso – com uma proposta para «sancionar acréscimos patrimoniais injustificados». Confiante, Seguro acrescentou: «Estou certo de que os portugueses nos respeitarão mais se assim agirmos».
Afinal, passadas duas semanas, eis que Seguro e o PS dão uma reviravolta nas convicções e votam no Parlamento contra todos os projectos (do PSD, do CDS, do PCP e do BE) que visam, finalmente, penalizar o enriquecimento ilícito dos titulares de cargos políticos. Depois das grandes proclamações anticorrupção no Congresso, o PS apresentou uma proposta inócua sobre a ausência ou falsidade das declarações sobre rendimento e património, que apenas visa deixar tudo como está. E não teve vergonha de votar contra todas as propostas que dão um passo, pela primeira vez, para criminalizar o enriquecimento ilícito.
Para disfarçar o dito por não dito, Seguro refugia-se na inconstitucionalidade dos projectos, esquecendo que a própria ONU aprovou em 2005, na Convenção contra a Corrupção, que Portugal subscreveu, a penalização em lei dos políticos que apresentem «património ou modo de vida manifestamente desproporcionais ao seu rendimento». E, pondo o mundo às avessas, Seguro ainda se veio queixar de que PSD, CDS, PCP e BE «quiseram passar para a opinião pública a ideia de que o PS não está interessado no combate à corrupção». E está?! Não parece mesmo nada.
A verdade é que Seguro se rodeou, nos postos dirigentes do PS, de figuras de relevo do socratismo – como Alberto Martins, Jorge Lacão ou Ricardo Rodrigues – que pouco ou nada partilham as suas ideias, em particular nesta matéria. E que boicotaram a pretendida mudança de posição do PS sobre o enriquecimento ilícito.
Com este episódio, Seguro perdeu coerência e credibilidade, aos olhos dos portugueses. E perdeu autoridade e capacidade de decisão, aos olhos dos militantes do PS. Lidera alguma coisa?"
JAL
No Congresso do PS, há pouco menos de três semanas, anunciou que o combate à corrupção iria ser uma das «três prioridades» da sua agenda. E prometeu mesmo que iria avançar – apesar de o PS de Sócrates, nos últimos anos, sempre se ter oposto a isso – com uma proposta para «sancionar acréscimos patrimoniais injustificados». Confiante, Seguro acrescentou: «Estou certo de que os portugueses nos respeitarão mais se assim agirmos».
Afinal, passadas duas semanas, eis que Seguro e o PS dão uma reviravolta nas convicções e votam no Parlamento contra todos os projectos (do PSD, do CDS, do PCP e do BE) que visam, finalmente, penalizar o enriquecimento ilícito dos titulares de cargos políticos. Depois das grandes proclamações anticorrupção no Congresso, o PS apresentou uma proposta inócua sobre a ausência ou falsidade das declarações sobre rendimento e património, que apenas visa deixar tudo como está. E não teve vergonha de votar contra todas as propostas que dão um passo, pela primeira vez, para criminalizar o enriquecimento ilícito.
Para disfarçar o dito por não dito, Seguro refugia-se na inconstitucionalidade dos projectos, esquecendo que a própria ONU aprovou em 2005, na Convenção contra a Corrupção, que Portugal subscreveu, a penalização em lei dos políticos que apresentem «património ou modo de vida manifestamente desproporcionais ao seu rendimento». E, pondo o mundo às avessas, Seguro ainda se veio queixar de que PSD, CDS, PCP e BE «quiseram passar para a opinião pública a ideia de que o PS não está interessado no combate à corrupção». E está?! Não parece mesmo nada.
A verdade é que Seguro se rodeou, nos postos dirigentes do PS, de figuras de relevo do socratismo – como Alberto Martins, Jorge Lacão ou Ricardo Rodrigues – que pouco ou nada partilham as suas ideias, em particular nesta matéria. E que boicotaram a pretendida mudança de posição do PS sobre o enriquecimento ilícito.
Com este episódio, Seguro perdeu coerência e credibilidade, aos olhos dos portugueses. E perdeu autoridade e capacidade de decisão, aos olhos dos militantes do PS. Lidera alguma coisa?"
JAL
1 Comments:
Num país em que há toupeiras de ninhadas enormes, não minhas irmãs, são de ninhadas com defeito de fabrico, que utilizam as redes de telefones e as usam desde o crime doméstico de vigiar a mulher do corno, ao negócio ilícito dos estado e onde todos estão agarrados.
Esta foi, e é, ainda, uma das partes do negócio, com transcrições de SMS, Mails, telefonemas, usadas por indivíduos que abusaram e violaram todas as leis, o sigilo da correspondência, a PIDE perto desta gente eram meninos de coro e tinha regras.
Depois o negócio mais pesado foi o de Sócrates e grupo que até se deu ao luxo de usar as secretas para obrigar Coelho a escolher alguns dos seus ministros e secretários de estado, sob pena de denunciar o submundo da corrupção da partidocracia que tem negócios com o Estado, o central e o local.
Sim todos estão de mãos atadas daí o barulho com Jardim, para esconder o Grande Barulho.
Máfia, só pode ser o termo.
O capitão de Abril, o fiscal, afinal é um dos da abrilada, não fará nada e uma coisa é certa, com estes juízes estes procuradores e este PR, nada há a fazer.
Estará toda a gente de mãos atadas?
TOUPEIRA
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