A imunidade do parlamentar
"Na terça-feira, em audiência parlamentar, o deputado Paulo Campos desmontou um boato ignóbil: afinal, as célebres PPP não só não prejudicam o erário público como o beneficiam. Foi glorioso ver o ex-secretário de Estado apresentar gráficos e dados fornecidos por uma empresa de auditoria tão credenciada quanto a KPMG, considerada a segunda empregadora mais atractiva do mundo num inquérito a estudantes de gestão em universidades de 12 das principais economias. Arrasadas, as vozes da calúnia calaram-se para sempre. Ou não?
Se calhar, não. Apesar de todo o seu brilhantismo, a argumentação do sr. Campos acabou manchada por um ligeiríssimo pormenor: era falsa. Ou pelo menos fundamentada em gráficos imaginários e dados que a KPMG nunca produziu ou forneceu, isto conforme um administrador da firma se apressou a declarar. No fundo, ao que tudo indica, o sr. Campos limitou-se a despejar nuns papéis o que lhe veio à cabeça e a legitimar os papéis com a colagem do logótipo da KPMG.
Escusado dizer que o PS, partido do sr. Campos, ficou indignado. Escusado dizer que a indignação não se voltou contra o sr. Campos, que aparentemente adulterou informações, mas contra o referido administrador, que inaceitavelmente não pactuou com a fraude e absurdamente resolveu expô-la. Essa homenagem ao inacreditável que dá pelo nome de Basílio Horta constituiu o rosto da fúria socialista e sugeriu que as justificações da KPMG terão sido "encomendadas". Em consequência, o administrador será chamado à Assembleia da República e o sr. Campos de lá não sairá, mesmo que o seu vasto currículo há muito recomende uma estadia noutro género de edifício público. Falo, para não haja equívocos, do Panteão."
Alberto Gonçalves
Se calhar, não. Apesar de todo o seu brilhantismo, a argumentação do sr. Campos acabou manchada por um ligeiríssimo pormenor: era falsa. Ou pelo menos fundamentada em gráficos imaginários e dados que a KPMG nunca produziu ou forneceu, isto conforme um administrador da firma se apressou a declarar. No fundo, ao que tudo indica, o sr. Campos limitou-se a despejar nuns papéis o que lhe veio à cabeça e a legitimar os papéis com a colagem do logótipo da KPMG.
Escusado dizer que o PS, partido do sr. Campos, ficou indignado. Escusado dizer que a indignação não se voltou contra o sr. Campos, que aparentemente adulterou informações, mas contra o referido administrador, que inaceitavelmente não pactuou com a fraude e absurdamente resolveu expô-la. Essa homenagem ao inacreditável que dá pelo nome de Basílio Horta constituiu o rosto da fúria socialista e sugeriu que as justificações da KPMG terão sido "encomendadas". Em consequência, o administrador será chamado à Assembleia da República e o sr. Campos de lá não sairá, mesmo que o seu vasto currículo há muito recomende uma estadia noutro género de edifício público. Falo, para não haja equívocos, do Panteão."
Alberto Gonçalves
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