sábado, novembro 26, 2011

PR contra Passos, dia sim, dia sim

"Palavras equilibradas como um discurso pedindo uma "repartição equitativa dos sacrifícios", palavras piedosas como um discurso pedindo "apoio aos mais desfavorecidos", palavras consensuais como um discurso pedindo mais "diálogo com o maior partido da oposição e com os parceiros sociais"... Bonitas palavras, pois, como um discurso de bonitas palavras. E, no entanto, não me convencem. Preconceito meu? Sem dúvida. E ad hominem. O meu argumento contra aquelas palavras é o homem que as proferiu em discurso. Porque o problema daquelas palavras é virem daquele homem, Cavaco Silva. Aquelas palavras, vindas de quem vêm, só me dizem que a boa vontade e o diálogo necessários estão hoje mais difíceis de alcançar porque há uma nova frente de divisão: o Presidente da República está desejoso de mostrar publicamente que aperta os calos ao Governo. Fosse eu de partido de oposição e estaria talvez contente pela cumplicidade insuspeita e inesperada vinda de Belém.

Mas sou só cidadão, simples e sem agenda, excepto a de querer que a boa vontade verdadeira e o diálogo sincero se conjuguem para resolver os problemas do meu País. Queria ter um Presidente discreto e activo, e não um ex-chefe de partido disposto a retomar as rédeas. As frases dele contra São Bento já são demasiadas para que, mesmo que me acariciem no sentido do pêlo (sim, também sou por mais diálogo), me iludam. É que eu já ando cá há muito. E ele também
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Ferreira Fernandes

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