É o crédito, estúpido, é o crédito
"Os sinais de que a economia está a passar por um "credit crunch" avolumam-se. É verdade que a Troika diz que não.
De facto, quando se olha para o volume total de crédito, parece que a Troika tem razão. Mas não é assim. Ontem, num workshop sobre mudanças estruturais,isso ficou claro. E logo pela pena de uma técnica do próprio BCE, cujo estudo mostra que há pelo menos cinco anos a maior parte do crédito concedido acabou em empresas do Estado e no sector imobiliário.
Depois de assinado o memo de entendimento o cenário mudou (o crédito caiu). Para todos? Não. O sector empresarial do Estado manteve-se como grande cliente dos bancos... portugueses (os estrangeiros puseram-se na alheta). Ooops!, lá se vai a teoria de João Galamba...
Moral da história: as empresas produtivas, inclusive as exportadoras, não têm crédito para crescer.
O Governo tem de aproveitar a presença da Troika em Lisboa para, citando o estudo do BCE, pressionar o abrandamento da desalavancagem. Porque a escassez de crédito vai provocar uma quebra ainda maior do PIB, colocando mais pressão sobre o défice (menos receitas, mais desemprego e mais prestações sociais).
Percebe-se o que quer a Troika: forçar um ajustamento rápido da economia, à la irlandesa e à la países bálticos (casos citados ontem pelo BCE). O problema é que ao deitar fora a água do banho, podemos deitar fora o bébé. E tendo em conta que nos estamos a portar bem (o acordo social é de fazer inveja aos alemães!), o Governo tem de mostrar aos portugueses que consegue cedências da Troika. Até para convencer os sindicatos que os sacrifícios valem a pena..."
Camilo Lourenco
De facto, quando se olha para o volume total de crédito, parece que a Troika tem razão. Mas não é assim. Ontem, num workshop sobre mudanças estruturais,isso ficou claro. E logo pela pena de uma técnica do próprio BCE, cujo estudo mostra que há pelo menos cinco anos a maior parte do crédito concedido acabou em empresas do Estado e no sector imobiliário.
Depois de assinado o memo de entendimento o cenário mudou (o crédito caiu). Para todos? Não. O sector empresarial do Estado manteve-se como grande cliente dos bancos... portugueses (os estrangeiros puseram-se na alheta). Ooops!, lá se vai a teoria de João Galamba...
Moral da história: as empresas produtivas, inclusive as exportadoras, não têm crédito para crescer.
O Governo tem de aproveitar a presença da Troika em Lisboa para, citando o estudo do BCE, pressionar o abrandamento da desalavancagem. Porque a escassez de crédito vai provocar uma quebra ainda maior do PIB, colocando mais pressão sobre o défice (menos receitas, mais desemprego e mais prestações sociais).
Percebe-se o que quer a Troika: forçar um ajustamento rápido da economia, à la irlandesa e à la países bálticos (casos citados ontem pelo BCE). O problema é que ao deitar fora a água do banho, podemos deitar fora o bébé. E tendo em conta que nos estamos a portar bem (o acordo social é de fazer inveja aos alemães!), o Governo tem de mostrar aos portugueses que consegue cedências da Troika. Até para convencer os sindicatos que os sacrifícios valem a pena..."
Camilo Lourenco
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