Um inocente
"Ainda há candura neste mundo. Um Sérgio Monteiro, que é secretário de Estado dos Transportes, informou o povo de que, sob pena de injustiça, será o Estado e não os trabalhadores ou os utentes a pagar as dívidas das empresas públicas do sector.
Só um coração de pedra não se comove com proclamações assim. Para o secretário Monteiro, os assalariados das transportadoras públicas (que aliás irrompem em greve à primeira oportunidade) e os passageiros das transportadoras públicas não integram o Estado. O Estado, nesta fascinante acepção, é uma entidade etérea, financiada etereamente por elfos, duendes, o FMI e outras criaturas míticas. Embora eu, você e toda a gente saibamos que a realidade é diferente, custa perturbar a inocência do sr. Monteiro.
E custará muito mais pagá-la, tarefa que, feitas as contas, vai caber a mim, a você e a toda a gente que, na CP, de carro particular ou a pé, passeia o epíteto de contribuinte num Estado entregue a criaturas de meia-idade tão ternas e irresponsáveis quanto as crianças. Deve ser a famosa ternura dos quarenta. E a irresponsabilidade idem"
Alberto Gonçalves
Só um coração de pedra não se comove com proclamações assim. Para o secretário Monteiro, os assalariados das transportadoras públicas (que aliás irrompem em greve à primeira oportunidade) e os passageiros das transportadoras públicas não integram o Estado. O Estado, nesta fascinante acepção, é uma entidade etérea, financiada etereamente por elfos, duendes, o FMI e outras criaturas míticas. Embora eu, você e toda a gente saibamos que a realidade é diferente, custa perturbar a inocência do sr. Monteiro.
E custará muito mais pagá-la, tarefa que, feitas as contas, vai caber a mim, a você e a toda a gente que, na CP, de carro particular ou a pé, passeia o epíteto de contribuinte num Estado entregue a criaturas de meia-idade tão ternas e irresponsáveis quanto as crianças. Deve ser a famosa ternura dos quarenta. E a irresponsabilidade idem"
Alberto Gonçalves
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home