O easy ryder
"O ministro Mota Soares não é um rebelde sem causa. É um easy ryder com uma causa muito definida. Chegou de mota ao Governo, como se fosse Jack Nicholson em "Easy Ryder", tentando descobrir a liberdade para todos os cidadãos através das estradas municipais da Segurança Social. Mota Soares vê, como Dom Quixote, gigantes onde estão moinhos. E por isso quer mudar para sempre o universo da segurança social. Dinamitando os princípios sagrados do capitalismo: a fé e a confiança.
Ninguém duvida que com o desmoronamento do Estado social criado após a II Guerra Mundial, e que surgiu muito mitigado em Portugal, todo o regime de segurança social necessita de cuidados especiais. Mas, quando se agita o espantalho de que dentro de 30 anos não há dinheiro e que por isso é necessário avançar para o plafonamento, nota-se falta de bom senso. Uma das poucas medidas correctas do governo Sócrates, a reforma do regime de pensões em 2007, foi um passo sensato. Fazer implodir todo o sistema, como pretende Mota Soares, é absurdo.
Porque, neste momento, investimentos em sistemas privados é um tiro no escuro. Como mostraram, nos EUA, as apostas em acções e no imobiliário. Depois, o Estado não pode continuar a ser um saqueador fiscal e ainda pedir aos cidadãos para descontarem para outro sistema. O próprio argumento é uma melancia: por dentro tem uma cor diferente. Porque não se preocupa então o Estado por, daqui a 30 anos, ainda estar a pagar fortunas com as PPP? Não seria melhor utilizar os seus recursos com os cidadãos? É neste momento que Mota Soares um easy ryder. A liberdade de escolha esconde um poço sem fundo. "
Fernando Sobral
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