A pior das censuras é feita neste regime a que teimam chamar de democracia!
O fiscalista Tiago Caiado Guerreiro,a quem nos anos mais
próximos não deverá ser permitido voltar a pôr os pés numa televisão, explicou
no programa «Opinião Pública» da SIC Notícias como, em Portugal, as leis são
feitas exatamente para não ser possível apanhar as pessoas em situação de
corrupção...
«Temos normas que tornam totalmente impossível apanhar um
corrupto em Portugal.
As normas são feitas exactamente para não ser possível
apanhar as pessoas em situação de corrupção e não se conseguir provar em tribunal.
Estes casos todos, que estão em tribunal, não vão dar em
nada, porque a norma, mesmo que eles fossem filmados no acto de corrupção,
seria difícil provar em tribunal com as normas que temos, quanto mais com
advogados competentes (do lado dos corruptos).
Por outro lado, temos o Ministério Público que está
organizado, (e que sem culpa disso), para não conseguir investigar a corrupção.
Também a polícia judiciária não tem meios para investigar a
corrupção.
Se juntarmos a isto, tribunais pouco treinados e normas que
não funcionam, então isto é o paraíso dos corruptos.
Aliás, todos nós conhecemos casos, ao longo do país todo, de
fortunas inexplicáveis que continuam inexplicáveis e que apareceram de repente,
após o exercício de cargos políticos ou em ligação com o Poder.
… Agora, um conjunto enorme de medidas em vez de normas
claras e transparentes sobre o que é que é a corrupção, e isto não é difícil de
fazer, bastando para tal copiar o que existe, por exemplo, nos cinco países
menos corruptos do mundo, são normas que são muito transparentes, são normas
que, ao contrário do que aqui está previsto, não se aplicam a toda a população
portuguesa.
Aplicam-se só a detentores de cargos políticos, por isso são
muito mais focadas naqueles que têm o risco de praticar a corrupção e permite,
por isso, um enfoque muito mais fácil da polícia judiciária, do ministério
público, dos tribunais e dos outros órgãos de fiscalização.
… Todos nós sabemos que muita gente sai dos cargos públicos,
políticos, e depois vai para a frente de grandes empresas e alguns deles criam
grandes fortunas, quer dizer, tudo coisas que são inexplicáveis e inaceitáveis
em sociedades civilizadas, excepto neste país, onde se pode bater sempre no
contribuinte mas tratamos maravilhosamente bem os corruptos…
Eu espero que isto não seja mais uma vez o que tem sido
feito, que sempre que eles alteram as normas de corrupção, tornam-nas mais
incompreensíveis e mais impossíveis de aplicar pelos tribunais e pela
investigação.
… Nós não temos um combate à corrupção.
Temos normas de branqueamento, que é uma coisa diferente.
Temos normas que permitem aos corruptos saírem de um
julgamento todos praticamente ilibados...
Há casos que eu acho terríveis: as parcerias
público-privadas e o BPN são de certeza casos de polícia, são dois casos
paradigmáticos em Portugal.
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