Onde está Pedro?
"Wally não sabia onde estava. José Sócrates ensandeceu na sua sala de espelhos. Passos Coelho está a perder-se na sua folha de Excel. Onde está Pedro? Percebe-se que ele não vê, não ouve e esquece-se de pensar. E, o que diz, sabe a mofo. Pedro perdeu-se na sua ficção e, se não encontrar a realidade, acabará como o filósofo grego que acreditava que não existiam buracos até cair num e ter ficado lá para sempre. Pedro perdeu-se no seu caminho político e está agora às escuras sem saber como sair de lá.
O historiador William M. Ramsay sustentava que havia que votar no homem que prometia menos, porque era o que menos nos iria decepcionar. Mas Pedro prometeu. E agora decepcionou. Está, com o aumento da TSU para os trabalhadores, a cometer a maior injustiça de que há memória. E a trair aqueles que julgavam que ele tinha bom senso. A reacção popular seria diferente se ele dissesse que, em 2013, ninguém teria subsídio de Natal. Ou de Férias. Mas esta medida soa a tirar a uns para dar aos outros. E mesmo os outros vão perder também, porque deixam de haver consumidores.
Pedro perdeu-se noutra floresta: não consegue sair do mato da austeridade para mostrar as amendoeiras do crescimento económico. Tira e não dá esperança. Aos erros de política económica e financeira junta a calinada política. Pedro está a ser a voz da arrogância sem fim da elite europeia, que enfiada no ar condicionado, desconhece o que se passa na sociedade. E que nem conhece o que separa o mundo da cultura empresarial alemão do de Portugal ou Espanha. O crescimento começa com procura. E é essa que Pedro está a estrangular para não perder a face. Como se não tivesse coração."
Fernando Sobral
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