O banqueiro bolchevista
O banqueiro bolchevista
Acreditar que a intervenção do Estado no Banif terá sucesso corresponde à
mesma coisa que supor serem os êxitos iniciais da ofensiva alemã das Ardenas, em
dezembro de 1944, uma sólida garantia da capacidade de Hitler inverter a sorte
da guerra... Não há leitura técnica de mais este caso revoltante. Apenas uma
leitura política e ideológica. Este é um governo que promove a luta de classes.
Quis colocar os portugueses uns contra os outros, conseguindo unir sindicatos e
patrões na mesma recusa ética da redução da TSU. Incita os jovens a hostilizarem
os pensionistas. Desmoraliza os trabalhadores no ativo, alimentando o
ressentimento de desempregados contra modestos salários, apresentados como
privilégios. Movido pela sua ideologia da luta de classes, este governo não
respeita a palavra dada, como se viu na abrupta redução para 12 dias da
indemnização por despedimento. A transferência, num plano kamikaze, de 1,1 mil
milhões de euros das dívidas do BANIF para o erário público, numa nacionalização
de prejuízos, sem qualquer discussão parlamentar, exorbitando as competências do
executivo, violando o princípio republicano do consentimento fiscal, constitui
uma verdadeira confissão da natureza classista da política que o ministro das
Finanças conduz em Portugal, em articulação com a fação predatória de
ministros-banqueiros e banqueiros-ministros que visa submeter os povos da Europa
ao jugo da indigência. Este ministro desembarcou em Lisboa como uma espécie de
Lenine monetarista na Gare da Finlândia. Ele constitui a principal ameaça à
coesão social e à tranquilidade pública. Veio com a missão de subverter o país e
obrigar Portugal a uma nova revolução. Só que, na revolução tal como na guerra,
sabe-se como as coisas começam, mas nunca como e quando
acabam.
Viriato Seromenho Marques, in DN
Um artigo excelente para acordar muita gente
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