A PRECARIDADE DO PORTO DE LISBOA.
Os estivadores do porto de Lisboa estão muito preocupados com o trabalho precário de outros colegas seus. E porquê? - perguntamo-nos nós.
Os trabalhadores têm um Acordo, firmado em tempos de “vacas gordas”, segundo o qual nunca podem ser substituídos por outros no desempenho das suas funções. Atenção, não me estou à lei da greve – que não permite a substituição dos grevistas por outros trabalhadores nos períodos de greve -, refiro-me antes a um acordo milionário (pois é disso que se trata) que permite algo maravilhoso: o estivador pode andar a “engonhar” o dia todo, e fá-lo de propósito para ao fim do dia se habilitar às horas extraordinárias. Por sua vez, a Administração não tem outra solução que não seja a de pagar essas horas, sob pena de comprometer a actividade económica do país.
No entanto, caso um importador - porque tem muita urgência no desalfandegamento de determinada mercadoria –quiser pagar do seu bolso a quatro ou cinco estivadores para o trabalho ser mais rápido, tal não é possível porque o contrato de trabalho dos estivadores do porto de Lisboa não o permite. Ou seja, não fazem nem deixam fazer!...
E agora, vêm falar em trabalho precário... só se for o deles.
Refira-se que, o trabalho de estiva sempre foi bem pago! Merecido a maioria das vezes, pois é um trabalho pesado e que dever ter as suas compensações, mas essa violência física já não tem o significado de outrora, posto que o trabalho braçal diminuiu.
Igualmente tem os seus riscos, dado movimentarem-se muitas máquinas. Mas quanto a esta última questão, parece-me que não será mais problemático que conduzir um autocarro cheio de passageiros ou correr a Europa num TIR.
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