terça-feira, abril 06, 2004

claro como a água.

Não deixa de ser curiosa a insistência no ataque ao juiz Teixeira, ( ex: o Blog Blasfémias em 02.04.04 pelas 19:17 ).

É que, a Relação ao afirmar que, "reconhecendo ele próprio (Jorge Ritto), como reconhece, a sua "opção" homossexual há-de convir-se, sem esforço, pela própria natureza das coisas, que o perigo de continuação da actividade criminosa existe", deu razão ao Juiz Rui Teixeira.

Simplesmente inovou o papel dos jornalistas e dos cidadãos, atribuindo-lhes o “dever” de policiar o embaixador, ao afirmar “…uma tem a ver com a própria idade do arguido (68 anos); outra prende-se com circunstância de sendo ele agora, por motivos óbvios, um alvo apetecível da observação e censura públicas, aqui se incluindo os media, é razoável admitir que tal facto lhe imponha alguma contenção quando e se for tentado a reincidir em actos semelhantes aos aqui indiciados”.

Nada que não tenha já acontecido em Portugal. Quem não se lembra dos informadores na ditadura salazarista?

Agora, se não compreendo a segunda explicação, muito menos compreendo a primeira explicação que versa sobre a idade do embaixador.

Com o devido respeito, o factor idade só parece relevante no sentido de explicar a impossibilidade de certas brincadeiras que involvam esforço físico, como por exemplo, correr à volta da mesa uns trás dos outros.

Não vejo a dúvida. A prisão preventida foi criada com o intuíto de prevenir a actividade criminosa. Se existe o perigo de continuação dessa actividade, então a prisão teria de ser mantida.

Claro como a água.

P.S. porque é que a comunicação social insiste em “esquecer” o pequeno pormenor de a Juiza Ana Teixeira ter revalidado a prisão preventiva do embaixador há um mês atrás?


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