Bandeira nacional.
O facto de o Euro 2004 ter lugar em Portugal, com a devida participação da selecção nacional, originou uma onda de patriotismo de pacotilha. Não há português que se preze que não tenha uma bandeira de Portugal. Outrora um símbolo nacional, actualmente a bandeira passou a ser um produto de promoção de hipermercado ou algo que pode ser vendido em conjunto com um jornal ou estar associada a uma marca comercial.
Pior. Há quem traga a bandeira na cabeça como se fosse um lenço, há quem a traga nos assentos dos automóveis para protecção dos mesmos, há até quem agarre a bandeira como se fosse um rolo de papel higiénico.
Se até nos responsáveis políticos esse símbolismo não existe (nas cerimónias ofíciais a bandeira é tratada como se um trapo velho e sem significado ), o português comum, que vê essas imagens pela TV, pior a trata.
Mas a devassa vai tão longe que até se vendem bandeiras com pagodes chineses em vez dos habituais castelos lusos.
Infelizmente esta manifestação pretensamente patriota, foleira e rasca, vai atingir o seu climax no fim do euro ou, pior ainda, se a selecção for eliminada prematuramente, com milhares de bandeiras rasgadas e espezinhadas pelo chão das terras lusas ou espalhadas pelos caixotes do lixo.
Enfim, sinais da época.
1 Comments:
E há ainda quem tenha a bandeira orgulhosamente escarrapachada na varanda ... de pernas para o ar! É uma vergonha. Pior seria se o Scolari nos tivesse pedido para andar pelas ruas a cantar o hino. Quantos o sabem?
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