quinta-feira, setembro 09, 2004

Estará mais uma vez comprometido o futuro do GALE?

Segundo constou recentemente na imprensa escrita, uma das empresas fornecedores de componentes para o helicóptero médio NH-90, de que Portugal encomendou 12 aparelhos que irão equipar o futuro Grupo de Aviação Ligeira do Exército faliu, pelo que a entrega deste aparelhos estará comprometeida nos prazos inicialmente previstos.

Definitivamete a constituição do GALE está comprometida e eternamente adiada, quer por motivos de falta de verbas, quer porque os anteriores helis nem sequer terem certificação militar.

Portugal acabou, já durante o governo de Durão, por aderir ao projecto do heli europeu NH-90, de porte médio, em número de 12 unidades, para equipar esse necessário grupo.

Simplesmente, o tempo arrasta-se, o Exército que até já tinha formado pilotos e mecânico, e comprado alguins sobresselentes para operar os EC que acabaram por ser regeitados (quanto a mim, bem) fez uma reviravolta na formação, e agora mais esta "interessante" notícia.

Também se encara agora a hipótese de abdicar de os equipar com os mísseis inicalmente previstos, o que retirará ao futuro GALE uma das suas melhores capacidades de ataque, pelo que nesse caso, nem seria à partida necessária a aquisição de tão grande plataforma.
Iremos ainda por acabar, depois deste interregno de 2 anos por voltar a encomendar os EC, muito mais pequenos e inicialmente concebidos para utilizações civis?

Portugal já abandonou a sua participação no projecto do A-400M, acabando, como tudo o indica por substituir a actual frota de C-130 H por outros 6 aviões de versão J.

A meu ver bem, porque os C-130 são aeronaves muito versáteis, e com provas dadas em todo o mundo e em todo o tipo de missões, embora, com algum esforço financeiro, não fosse de todo impossível manter a participação no projecto do Airbus militar, até porque isso representaria a incorporação e participação com tecnologias nacionais.

Como foi pena, embora se compreendam os constrangimentos financeiros, o Governo ter deixado escapar a oportunidade de adquirir 2 C-17, tendo como contrapartida um custo reduzido na transformção da actual frota de C-130.

Mas como disse recentemente noutros artigos de opinião, em matéria de equipamento das FA portugueses, Portugal, apesar de ter aprovado um Conceito Estratégico de Defesa Nacional, e com base neste ter preparado e aprovado a actual Lei de Programação Militar, parece continuar a "navegar à vista", sem uma estratégia de intervenção e de política externa alicerçada nas FA que nos pareca consistente.

Acabaremos por cair no ridículo de voltar aos inicais EC, apenas para se dizer que possuimos (daqui a uns anos) um GALE, mesmo que muito enfraquecido no seu potencial de mobilidade e combate, ou esperaremos mais uns meses até que os primeiros NH-90 comecem a chegar a Portugal?

E se em vez de experimentalismos, Portugal optasse definitivamente por aparelhos que tal como os C-130 têm provas dadas junto das melhores forças armadas da actualidade, adquirindo um lote de 15 aparelhos Black Hawk, operando 12 e ficando 3 de reserva?

E se se lhes aplicasse o tipo de armamento utilizado pelo exército norte-americano, em vez de mais uma vez nos mantermos fieis à política dos lobies da indústria armamentista?
Abandona-se o projecto do A-400M, e mantemo-nos no projecto do NH-90?

Uma no cravo e outra na ferradura?

As Forças Armadas que esperem.

Outros episódios da novela do GALE se seguirão.

O país pode esperar.

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