quarta-feira, outubro 13, 2004

Acabou??

"Representantes do governo guineense, do movimento de militares sublevados, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidenatl (CEDEAO) e da União Africana (UA) assinaram em Bissau um "memorando de entendimento". O ministro português dos Negócios Estrangeiros faz esta segunda-feira um apelo aos seus parceiros da União Europeia, para que ajudem a Guiné-Bissau a consolidar as condições de governabilidade do país.

No memorando ficou explícito que a revolta militar não foi uma tentativa de golpe de Estado, sendo apenas um movimento de protesto por salários em atraso aos soldados que estiveram em missão na Libéria e contra a corrupção nas chefias militares, responsabilizadas por esse atraso e pela falta de condições nos quartéis. Aliás, os termos "elevado grau de corrupção" no comando militar e "falta de condições de habitabilidade" e "deficiente alimentação" nos quartéis constam no documento que foi assinado, entre outros, pelo primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior.Recorde-se que a revolta militar guineense da última quarta-feira, chefiada pelo major Bauté Ianta Namam, resultou no assassinato do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general Veríssimo Correia Seabra, e do Chefe dos Serviços de Informação do Exército guineense, coronel Domingos Barros. Os nomes dos seus sucessores deverão ser conhecidos ao longo desta segunda-feira.Os militares amotinados comprometeram-se a respeitar a integridade física dos novos comandantes e o governo aceitou propor ao parlamento guineense a aprovação de uma amnistia para os militares que participaram na sublevação.


O major Bauté Ianta Namam, de 41 anos, é o rosto visível da rebelião que durante cinco dias voltou a levantar o espectro da guerra civil na Guiné-Bissau. Natural de Caboxangue, pequena “tabanka” na região de Tombali, no sul do país, é um militar de carreira, que se descreve como “um homem de acção”. Parco nas palavras - apenas fala crioulo - e nos contactos com os jornalistas, demonstrou, ao longo da crise, uma determinação típica de um comando nos encontros com os mediadores. Na assinatura do acordo que pôs fim à rebelião, justificou os seus actos com a falta de diálogo das chefias militares, os atrasos sistemáticos no pagamento de salários e a corrupção nas cúpulas militares. “Não somos nenhuns assassinos e só fizemos isto porque tudo foi longe demais”, assegurou"

Só fizemos isto porque foi longe de mais diz o moço.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Resulta de tudo isto que na Guiné o crime compensa. Um movimento de protesto com assassinatos. Viva a democracia das armas!!!

Xiveve

quarta-feira, outubro 13, 2004  

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