Autoria.
"É sabido que aqueles que odeiam a liberdade não têm almas honráveis como as dos 19 [autores do 11 de Setembro de 2001]"
Bin Laden finalmente assumiu a autoria. É o fim das teorias conspirativas acerca do ataque ao Pentágono?
Teoria da conspiração.
Bin Laden finalmente assumiu a autoria. É o fim das teorias conspirativas acerca do ataque ao Pentágono?
Teoria da conspiração.
14 Comments:
Se EUA nao atacasse Palestina Libano etc nao havia 11 setembro. O problema dos americanos é teram a mania que sao os melhores do mundo,que mandam no mundo,metem sempre na vida dos outros paises,por isso tb em parte teem aquilo ke merecem com os atentados na america.
ANTI_MATRIX
No dia em que os jornais deixarem de publicar noticias sobre este palhaço, ele deixa de ter poder, viremos todos as costas ao Bin, porque ele já nem numa Ak deve conseguir pegar. César
Qualquer pessoa minimamente esclarecida sabe que estas afirmações estão correctas. Por muito que custe, o facto é que a política dos EUA e de Israel, conduziu os árabes a actos, que chamamos de terroristas, para defesa do que é seu. Todas as nações, tiveram, através da história, actos de bravura contra o inimigo, que hoje apelidamos de terrorismo. Questão menor de terminologia. Enquanto a américa continuar com esta política, mais incidentes destes, acontecerão.Que não se queixem!
Victor C.
Cada vez tenho menos duvidas que os EUA são a terra da palhaçada e das jogadas de bastidores. Até que ponto esta ultima aparição do Bin Laden é verdadeira? É um pouco estranho aparecer nesta altura a dizer que quer atacar os EUA.A mim parece mais uma cena de cinema com uma colaboração made in Hollywood. Paulo
Finalmente o Bin nao usa aquele uniforme militar nem traz a metralhadora para as entrevistasEste uniforme tem mais pinta
Há uma coisa que tenho a certeza; Bin Laden não é estupido. Assim sendo estranha-me muito que viesse agora dar uma mãozinha a Bush com esta aparição e mensagem. Ninguém tenha dúvidas esta situação ajuda o sr Bush e não o contário, ifelizmente o americano médio parece não se aperceber das manobras sujas que este sr. é capaz de se servir desde que o ajudem nos seus intentos.
C.C.
O ponto de vista do novo terrorismo global pós-2001 é muito claro. Ele visa o Ocidente como uma excrescência da humanidade; defende princípios religiosos ligados à revelação do ‘Livro’ e associados a uma moralidade pré-moderna; não olha a meios para atingir fins e procura pretextos políticos para legitimar a sua acção ignóbil.
Já lá vai o tempo em que o terrorismo se confundia com uma actividade baseada em atentados selectivos, homicídios ostensivos, ou em explosões mais ou menos confinadas. O diagnóstico do terrorismo assente numa perspectiva territorial ou nacional e filtrado por causas plausíveis e delimitadas é algo do passado. Hoje em dia, a globalização terrorista antidemocrática passou a exigir o aniquilamento do próprio ‘modus vivendi’ a que o Ocidente acedeu do século XVIII para cá.
É neste contexto ainda bastante recente que a figura tutelar do terrorismo global, essa imagem desaparecida e perseguida, reaparece agora de corpo inteiro no ecrã da al-Jazeera. De repente, o grande protagonista do mandato Bush, Osama bin Laden, não só domina de ponta a ponta o debate entre democratas e republicanos, como passa a ser a imagem de marca de todo o ambiente de verdadeira crispação eleitoral.
Para além desse facto, já de si importante, a aparição de Osama bin Laden é claramente calculista, já que é feita a algumas dezenas de horas das eleições e, ao contrário do habitual, é menos panfletária e mais dirigida a alvos políticos concretos.
Creio, nesta medida, que a intervenção de bin Laden serve quatro objectivos principais: assumir-se como a referência principal a que a grande superpotência mundial jamais poderá escapar, reatando assim o tema do medo e da insegurança; afirmar que o 11/9 não foi um evento, mas antes uma guerra que estará em curso por muito tempo; sublinhar o desrespeito pelo efeito democrático da eleição, tentando desmoralizar o eleitorado norte-americano e, por fim, misturar a perversão do confronto religioso com a ideia casuística de ‘liberdade’, tentando deste modo criar confusão nos momentos vitais que antecedem a votação (e cujos resultados estão totalmente em aberto).
De qualquer modo, fica por determinar ainda qual será o real impacto nas urnas desta inesperada aparição.
Ameaça de bin Laden favorece Bush?
SIM
Praticamente desde o início da sua presidência que o objectivo de George W. Bush é aniquilar o terrorismo à escala global. E a quatro dias das eleições, o inimigo n.º1 dos Estados Unidos aparece para fazer mais ameaças nas quais ‘reivindica’ com clareza os atentados do 11 de Setembro de 2001. Numa campanha renhida, bin Laden pode ser o ‘empurrão’ que faltava para convencer os indecisos...
NÃO
Quase à boca das urnas, depois de inúmeras sondagens que dão a vitória a Bush por escassa percentagem, o terrorista aparece com um discurso diferente, quase de estadista. Reafirma o ódio pelos americanos mas, muito mais importante, diz que os seus pares de fanáticos não atacarão se não forem molestados. Bush tem molestado o mundo árabe e os eleitores sabem isso.
A hipótese tola era defendida “pelos mais emocionados críticos de Bush”, dizia ontem o ‘New York Times’: os EUA teriam preso, há muito tempo, Osama bin Laden, e mantiveram-no escondido para, perto das eleições, mostrá-lo.
Seria a “surpresa de Outubro”, contributo para a vitória dos republicanos. Claro que era uma hipótese a que se tinha de dar algum desconto: repousava numa visão maquiavélica dos republicanos, e vinha dos democratas. Só em Portugal é que um apoiante de George Bush mas, diga-se, um pouco ingénuo nas suas análises, se referiu claramente a essa “surpresa de Outubro”: Luís Delgado, no ‘Diário de Notícias’. Bem, eu não sei se foi só em Portugal, mas só pode. Afinal, a “surpresa de Outubro” acabou por acontecer (é aquela sabedoria dos pobres de espírito). Mas aconteceu de forma suave: Bin Laden sempre apareceu, mas não algemado. Livre e por isso sem se poder tirar dele os efeitos de um Saddam desgrenhado a sair da toca.
Foi a 13.ª mensagem de Osama desde o 11 de Setembro, mas não deve dar azar a nenhum candidato. O terrorista islâmico vestiu-se como um eleitor do Ohio: impossível descortinar um piscar de olho para qualquer dos lados. Rejeitando ambos (disse-o explicitamente), não contribuiu em nada para desatar o empate entre Bush e Kerry. Claro que as duas campanhas tentaram tirar algum partido da aparição do bandido, deram respostas rápidas. Mas com contenção, ambos recusando-se a dar a bin Laden um papel numa decisão americana. George Bush até adiantou: “sei que John Kerry pensa o mesmo que eu.” Já Kerry lembrou uma evidência: Bin Laden não estar preso é um falhanço. Perguntam-me agora: que influência pode ter o aparecimento deste vídeo, nas vésperas da votação? Eu respondo, sem sombra de dúvida: deixem-me saber o resultado da votação e escrevo um tratado sobre o assunto...
A cautela com que George W. Bush e John Kerry reagiram à mensagem de bin Laden prova a importância da mesma.
Ambos resistiram à tentação de a capitalizarem a seu favor, por saberem que é um terreno minado que – sobretudo depois do que aconteceu nas eleições espanholas pós-11 de Março – nenhum presidente dos Estados Unidos pode pisar. O país, a pretexto do combate do terrorismo, tem, desde os ataques às Torres Gémeas, aproveitado para prosperar a sua indústria de armamento e para ganhar ascendente político e económico sobre a Europa.
Bin Laden voltou exaltar a sua impunidade ao Mundo, desta vez com o requinte de um discurso de estado. Mas mesmo assim Bush e Kerry preferiram manter-se concentrados na procura de fraudes do adversário e na reposição dos 60 mil boletins de voto que desapareceram na Florida – precisamente o estado que, em 2000, colocou Bush no poder.
Os novos boletins já foram reenviados, mas como ainda ninguém sabe onde param os que saíram do circuito é de prever que até os que ficarem terça-feira em casa contribuam para eleger o mais poderoso líder mundial. Fragilidades preocupantes que tornam certa a confusão a que vamos assistir nos dias (semanas) seguintes à eleição. Tão certa e preocupante como a incapacidade de capturar o perigoso gozão Bin Laden.
Bush ou Kerry, será talvez a mesma política para muita coisa, até para o Iraque. Com uma diferença: Kerry acha que a América será mais forte se for amiga da Europa
As próximas duas semanas são muito importantes para nós. A América vai eleger o seu presidente, as sondagens dão George W. Bush e John Kerry empatados. Um acontecimento inesperado, a prisão ou morte de Bin Laden, por exemplo, pesaria na balança. Obviamente, para o lado de Bush. O seu adversário acusa-o de ter negligenciado a caça ao chefe terrorista da al-Qaeda, para se meter numa guerra impreparada no Iraque. Apanhar Bin Laden deitaria por terra a parte essencial dessa tese, o falhanço perante os terroristas do 11 de Setembro.
Mas esse é um cenário à Hollywood. Os próximos dias, se alguma surpresa trouxerem será a da inflexão na tendência de voto favorável a Bush, que se vinha afirmando desde que ambos os candidatos foram conhecidos. Os três debates que Bush e Kerry fizeram interromperam essa tendência. Se Bush conseguiu passar a mensagem do costume – o “tipo comum” que se identifica com o “americano comum” – Kerry ainda fez melhor. Toda a campanha dos adversários tinha insistido numa ideia simples: ele era um catavento. Ora com uma opinião, ora com outra (e, sobretudo: votou pela guerra no Iraque e agora critica-a...) Calmo e afirmativo, John Kerry construiu para si outra imagem: a vida não é simples, a preto e branco, ele decidiu com os dados que tinha na altura uma coisa e os acontecimentos posteriores revelaram que não era assim. A guerra do Iraque estava errada, explicou, porque foi feita sem plano para ser ganha. Em eleições tão pessoalizadas como as presidenciais americanas, mais do que as políticas, julgam-se os carácteres dos protagonistas. Kerry parece ter passado no exame. Cada dia da próxima quinzena confirmará ou não essa impressão.
Estas eleições têm sido apresentadas como especiais por causa de duplo simbolismo: são as primeiras do século XXI e as primeiras depois dos Estados Unidos terem sido atacados no seu próprio solo. No entanto, acontece com elas algo que as faz ainda mais especiais. Quem esteve contra Bush, por ele intervir fora das suas fronteiras, poderá ter sonhado com um presidente americano pacifista. Mas o que 2 de Novembro trará, ganhe Bush ou Kerry, não será um recuo na guerra do Iraque. O democrata foi claro sobre esse ponto: mesmo achando que a guerra foi mal conduzida, não haverá a retirada das tropas. Como numa loja de porcelana, foi o exemplo que Kerry deu, quem partiu a loiça deve ser responsabilizado por voltar a pôr a situação normal.
E, no entanto, Bush ou Kerry será uma solução bem diferente para nós, os que não somos americanos. Quem quiser vir connosco, venha – disse e fez Bush, imperialmente. A força e a liderança do mundo livre por parte da América, consegue-se com a mão estendida aos seus aliados – prometeu Kerry. Com o mundo perigoso como está, perder um líder americano convicto, como já esteve, por exemplo, Bill Clinton, de que a América e a Europa devem caminhar de mãos dadas, será perder uma boa oportunidade. Por isso, as eleições do próximo dia 2 são tão importantes para nós.
O líder da Al-Qaeda quis intervir no desfecho das eleições americanas. Fê-lo mostrando inteligência, mas ainda é difícil prever quem realmente terá favorecido
Não restam dúvidas. Osama Bin Laden está vivo e os que previam que ele procuraria intervir no desenlace das eleições americanas tinham razão. Para já, felizmente, fê-lo apenas através de um vídeo e não de um mega-atentado (e esperemos que esse cenário de catástrofe não venha a ocorrer).
Lendo a sua mensagem fica-se também sem outras dúvidas. Primeiro, que o objectivo de derrubar as "torres gémeas" é muito antigo: data de 1982. O que também retira qualquer dúvida sobre a responsabilidade última do primeiro atentado, em 1993, logo no início dos anos Clinton (infelizmente ninguém teve desde logo noção da dimensão da ameaça, como o relatório da comissão que investigou os antecedentes do 11 de Setembro mostra). Depois, que Bin Laden é um temível inimigo porque o teor da mensagem, as suas subtilezas e as variações de registo face a anteriores ameaças mostram como é superiormente inteligente. Não só pelas mentiras (diz que não atacará quem não o atacar, mas sabemos hoje que o atentado de Madrid começou a ser preparado muito antes do envolvimento de Espanha no Iraque, isto é, numa altura em que a diplomacia do país vizinho mantinha a sua tradição de ser das mais amigáveis para os países árabes), não só pelas omissões (não existem referências religiosas, não se fala da "guerra santa", não se recua aos tempos da queda de Granada ou do fim do Império Otomano), mas sobretudo pelos argumentos que alinha, alguns dos quais parecem saídos do último "documentário" de Michael Moore (desde as referências ao clã Bush aos momentos de estupefacção vividos numa escola da Florida após o ataque do primeiro avião), e pela forma como termina, ao colocar Bush e Kerry no mesmo plano.
Neste momento, é difícil saber se, numa eleição de desfecho tão incerto como a de terça-feira, o vídeo mudará alguma coisa e em que sentido. Sabemos como uma anterior acção da Al-Qaeda foi capaz de mudar o desenlace de uma eleição (em Espanha), mas também sabemos que isso aconteceu num país com outra mentalidade e depois de graves erros políticos do Governo. Agora ainda não sabemos se esta mensagem é a última palavra da Al-Qaeda ou se, como alguns temem, ela se destinou a despertar "células adormecidas" no interior dos EUA e ainda haverá mais surpresas antes das eleições.
Para já as reacções dos candidatos foram muito cautelosas. Por um lado, o aparecimento de Bin Laden pode reforçar o argumento de Kerry de que Bush não fez tudo o que devia para o capturar. Mas a sua mensagem pode também ter o efeito inverso, ao reavivar os medos do terrorismo entre os eleitores (e estes, nas sondagens têm dito que confiam mais no Presidente do que no seu adversário em matéria de segurança). Por outro lado, pode levar a pensar que se Bin Laden apenas falou por interposto vídeo foi porque não conseguiu realizar um atentado pré-eleitoral, o que quereria dizer que as medidas de segurança da Administração estariam a funcionar.
Mas se estas são as análises dos politólogos norte-americanos nas horas que se seguiram à divulgação do vídeo, este também serviu para que ambos os candidatos, nas suas primeiras declarações, muito contidas, reafirmassem a determinação de combater o terrorismo até às últimas consequências. O que mostra que há pontos centrais onde ambos convergem, pelo menos nas declarações de intenção.
Onde estavas tu no 11 de Setembro?"
A pergunta é parte das nossas vidas. Por maioria de razões, ela não pode ser ignorada a dois dias das mais importantes eleições americanas. Das que são eventualmente, na percepção do mundo, as mais importantes eleições algumas ocorridas.
Esta é "The World Election", como a definiu Timothy Garton Ash, "com muito mais consequências para a Europa que as recentes eleições europeias". Eleições em que não votamos, mas a que não somos indiferente. Mais - sobre as quais temos mesmo um dever de opinião. Afinal se o mundo é global, também aos americanos não é indiferente, como Garton Ash sublinhava o que possamos pensar deles. No estudo do Instituto PEW que citava, 67 por cento dos americanos considerava que os EUA se tinham tornado menos respeitados no mundo e para 43 por cento isso era um problema maior. Mas esse mesmo estudo, como todos o confirmam, indicava que a segurança, a guerra e o terrorismo, a política externa, era a questão mais destacada pelos inquiridos, com 41 por cento das respostas.
"Onde estava tu no 11 de Setembro?"
Como o poderia esquecer? E para que seja claro recordo o que escrevi logo a seguir: "Ninguém esperará que não haja uma resposta americana - houve uma agressão. A solidariedade não se pode negar". Mas também: "A clássica lógica de guerra, de ataque e de resposta, os próprios conceitos de segurança e defesa não são modelos a prosseguir perante a extensão do terror inimaginável. E muito menos os fundamentos da nossa cultura podem ser sacrificados numa lógica de retaliação cega e intolerância". (PÚBLICO de 16/09/01).
Não tinham ainda cessado os trabalhos de remoção dos escombros das "Twin Towers" e já na unanimidade de espanto e lamentação se abriam as brechas: primeiro que era preciso "compreender" o horror inimaginável, depois o clássico reflexo anti-americano quando do imperioso contra-ataque ao regime dos Taliban e à Al-Qaeda. As teorias da conspiração, um terreno em que aliás a América é fértil, proliferaram. E enfim Noam Chomsky, que até se podia respeitar como figura de "dissenção", conseguiu ser particularmente ignóbil ao ir proclamar no Fórum de Porto Alegre que os verdadeiros terroristas eram os Estados Unidos!
Tudo isto tenho presente. Mas também porque igualmente não se pode esquecer quanto os posicionamentos críticos face às políticas da administração Bush e ao seu ponto nodal, a guerra do Iraque, foram sistematicamente deturpados e reduzidos ao estereótipos que o clássico esquerdismo anti-americano, no simplismo da sua visão do mundo, e pior, de um mundo face a um dado assustadoramente novo, tinha oferecido. E porque no momento destas eleições cruciais é preciso ter bem presente que nenhuma administração americana, nenhuma outra como esta, erigiu a cegueira e a intolerância, o desrespeito das liberdades e garantias fundamentais e das normas internacionais, a mentira sistemática, em prática continuada.
"Como estamos depois do 11 de Setembro?"
Veja-se "Terminal" de Spielberg ou "The Village" de Shyamalan. Como, dentro de dias, uma peça crucial, o "remake" por Jonathan Demme de um mais famosos "thrillers" políticos dos anos 60, "The Manchurian Candidate", que cá vai conhecer o inacreditável título de "O Candidato da Verdade", quando será o contrário! E muitos mais. Não, não é só "Fahrenheit 9/11" de Michael Moore, pese ainda o seu destaque. O novo romance de Philip Roth, "The Plot Against America" (pois, as conspirações), suporá alguém que é indiferente ao tempo? E há a nova peça de Tony Kushner, o autor de "Angels in America", como, é já sabido, a de Sam Shepard, de estreia iminente. Etc. Nunca houve uma tão forte mobilização artística e intelectual na América, como agora contra George W, ou George II, em referência não apenas ao seu pai, mas a George III, o monarca britânico contra o qual os americanos se revoltaram e proclamaram a independência. E não venham dizer que são apenas os "liberais do costume": um emblemático Bruce Springsteen nunca tinha participado numa campanha política.
"Onde estava tu no 11 de Setembro?"
E eis que ocorre a "October surprise" de que tanto se havia falado. Osama Bin Laden veio dar sinais de si. Falava eu de "The Manchurian Candidate"? Pois, o terreno fértil das teorias das conspirações, mas prefiro cingir-me ainda ao dever de memória e a factos.
"Onde estavas tu no 11 de Setembro?"
"Somos todos americanos", proclamou um editorial do "Le Monde" e tanto de nós retomámos. Como foi então possível produzir-se a fissura que levou a imagem da América a níveis de baixa consideração internacional nunca vistos?
Uma coisa era supor que era preciso "compreender" o horror inimaginável, num intento justificativo. Outra, bem diferente e imperiosa, era a análise aprofundada das raízes e lógica do fundamentalismo e do terrorismo. A administração Bush confirmou-se a mais impreparada para o fazer.
Esse magnífico evento que está a ser o DocLisboa encerra hoje na Culturgest com "The World According to Bush" de William Karel. À 01h30, a RTP/1 difunde o mesmo filme. Não posso deixar de dizer que com todas as suas omissões, mesmo eticamente inaceitáveis, o tão atacado "Fahrenheit 9/11" é, se assim posso dizer, muitíssimo mais cinematográfico que este outro, basicamente um inquérito - e, infelizmente para todos nós, arrasador. E ainda mais agora que Bin Laden veio participar directamente nestas "world elections".
Várias vezes aqui recordei o que Bush, parafraseando os cartazes do velho "west", tinha dito sobre Bin Laden. "Wanted dead or alive". Mas tomada Cabul, logo os estrategas neo-conservadores, se "esqueceram" e voltaram ao objectivo pré-fixado: o Iraque. E, na sequência de outros testemunhos, é a este respeito que "The World According To Bush" me parece crucial. Pelo Iraque e não só - pelo esclarecimento da aliança entre os fundamentalistas cristãos (e esse facto sem precedentes e "contra-natura" que é a aliança da direita cristã norte-americana e da direita sionista israelita, unidas numa comum tentação teocrática), neo-conversadores e grande grupos de interesses como a Halliburn e a Carlysle.
A retórica de suposições como as das armas de destruição maciça e das ligações de Saddam à Al-Qaeda, a absoluta impreparação do pós-guerra e a transformação do Iraque num caos fértil ao terrorismo, as tentativas de restrições das liberdades, o arquipélapo do abuso implantado de Guantánamo a Abu Ghraib, a manutenção em actividade de Bin Laden - é por isso também que tem que responder aquele, que no mais sinistro exercício de propaganda conhecido em democracia se apresenta apenas como "war president".
No exercício de "accountability" que são eleições, Bush tem de responder por isso. Ele, o presidente da visão cega que se crê investido de missão divina e nunca errou. Churchill reconhecia aprender com os seus erros e Reagan nunca foi prisioneiro da direita religiosa. Invocá-los a propósito de Bush, até ao segundo, é um insulto, mais um.
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