Informação em Portugal.
"Nos últimos tempos, os textos (apresentados pelos "pivots") que antecedem as peças do Jornal Nacional da TVI têm adoptado um cariz menos noticioso e mais opinativo contra os poderes em geral e contra o Governo em particular. Pode ser coincidência, mas a tendência parece notar-se desde o chamado caso "Marcelo". Manuela Moura Guedes faz verdadeiros editoriais quando apresenta as peças ou faz os remates no final das reportagens. Não só pelo que diz, mas também pela sua expressão facial. E às vezes pelo seu riso. O tom varia entre o género "vamos lá pôr a nu as trapalhadas dos ministros", a resignação "enfim, caros telespectadores, é o governo que temos..." e o tipo "ainda bem que a TVI existe para desmascarar tudo isto". É um estilo interessante, sobretudo, no momento em que se discute a opinião dos comentadores/jornalistas nos noticiários televisivos. Não questiono a posição de contrapoder assumida pela TVI, questiono mais o seu estilo. É que o tom de chacota excessivo e permanente pode descredibilizar as suas notícias. E às vezes há bons exemplos de jornalismo que se podem perder no meio de toda aquela exuberância. É claro que a cultura democrática de grande parte dos nossos políticos anda a precisar de se apurar. Em França, o ministro da Justiça foi apanhado pelos "media" em excesso de velocidade. Veio a público dar uma explicação. Em Portugal, vários ministros foram apanhados na mesma situação numa reportagem da TVI e nenhum deu uma conferência de imprensa para se justificar."
Sofia Rodrigues
O novo tipo de jornalismo português consiste em opinar e não informar com os lacunas daí inerentes. Entramos no domínio da contra-informação que depende da disposição momentânea do jornalista.
3 Comments:
Esses jornalistas abusam dos seus privilégios.
Noémia
Tem razão! E o exemplo do Arnaldo Mesquita do Público é o mais flagrante!
Estou inteiramente de acordo com a apreciação feita ao comportamento da TVI, nos seus "noticiários". Nomeadamente, a MMG aproveita tudo quanto pode para fazer intervenção política. Naturalmente que deixei de ver a TVI.
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