domingo, novembro 07, 2004

Novo fundamentalismo.

"O elevado peso dos passageiros levou as companhias aéreas norte-americanas a consumirem um extra de 1,324 milhões de litros de combustível no ano 2000, revela um estudo publicado o mês passado no American Journal of Preventive Medicine. Esse consumo adicional representou cerca de dois por cento do combustível usado pelos transportes aéreos durante esse ano nos EUA. Os investigadores do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), responsáveis pela investigação, concluem que o facto dos americanos terem aumentado o seu peso médio aproximadamente 4,5 quilos ao longo da última década é responsável pelas despesas adicionais que as companhias de aviação sofrem agora. Só no ano 2000 foram gastos mais de 275 milhões de dólares em combustível para que se pudesse transportar o excesso de peso dos passageiros.

Mas com a epidemia de obesidade que afecta os americanos, não foram só as companhias de aviação que ficaram a perder: o ambiente também foi afectado. O extra de combustível consumido no ano 2000 provocou uma emissão adicional de 3,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, bem como de outros poluentes. Os autores do estudo pretendem demonstrar que a obesidade, responsável por vários problemas de saúde, tem consequências indirectas graves a outros níveis.
"

Que se proíba o fumador de fumar em lugares públicos não arejados, ainda se compreende visto o tabaco também fazer mal ao fumador passivo. Agora que lancem uma campanha contra os obesos, já nos parece fundamentalismo gratuito. É preciso ter em conta que existem muitos factores predisponentes ao aparecimento da obesidade:

Causas fisiológicas – a obesidade aumenta com a idade, estabiliza-se e acaba por diminuir na velhice; e nas mulheres, o índice de massa corporal tende frequentemente a aumentar à medida que vai havendo gravidezes. A obesidade é um desequilíbrio e traduz-se por uma acumulação de energia sobrante – uma grande ingestão de alimentos, perdas baixas de energia e alta eficácia do metabolismo. O apetite e a consequente ingestão de alimentos, estão muito dependentes da base central do cérebro (o hipotálamo).
Factores hereditários – constata-se a predisposição genética para se ser obeso, mas o mecanismo da informação ao cérebro acerca do tamanho dos depósitos de gordura do organismo, levando a uma ingestão mais elevada de alimentos, a uma diminuição da termogénese e ao aumento do nível de insulina, é ainda pouco conhecido.
Factores ambientais – a forma de viver é determinante: os hábitos alimentares errados, com um alto conteúdo em energia e com gorduras saturadas, os hidratos de carbono solúveis e os alimentos pobres em fibras são factores decisivos na obesidade. O consumo de grandes proporções de gordura está directamente relacionado com a sua acumulação, pois cada grama de gordura liberta uma quantidade de calorias muito superiores à dos hidratos de carbono ou das proteínas, e mais, o nível de saciedade que aquela provoca é inferior à das proteínas, predispondo a um consumo mais exagerado, e ainda mais, a eficácia da absorção intestinal também é elevada para as gorduras.

Logo, na maioria dos casos, a vida moderna fomenta a obesidade com o seu ritmo frenético e a falta de tempo daí resultante. Combater a obesidade implica mudar o ritmo da sociedade. Estão interessados nisso ou vão ficar pelo "elo mais fraco"?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Agora que lancem uma campanha contra os obesos, já nos parece fundamentalismo gratuito. É preciso ter em conta que existem muitos factores predisponentes ao aparecimento da obesidade:"

Diagnóstico:
Começam a aparecer sinais nítidos de acumulação de gorduras fundamentalistas no cérebro.
Caso grave de idéias baralhadas.
Córtex cerebral muito maltratado.

Receita:
Repouso absoluto da massa cinzenta. Não abusar dos poucos recursos detectados.
Dieta rigorosa de pensar. O paciente deve dedicar-se a actividades simples, tipo copiar e colar.

CDLx

segunda-feira, novembro 08, 2004  

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