quarta-feira, abril 27, 2005

Juventude africana.

"É jovem, com idade compreendida entre os 14 e os 20 anos, mora num bairro degradado, é descendente de africanos, tem escolaridade baixa ou problemas nos estudos. Este é o perfil do delinquente que actua em grupos de três a cinco elementos, na linha de Sintra, refere o comandante da Divisão de Segurança a Transportes Públicos, comissário Francisco Fernandes. Acrescenta que "estes jovens são de segunda e terceira geração de imigrantes, os pais trabalham e estão muitas horas fora de casa".

DN.

Nós tivemos mais sorte. Os nossos pais, não só deixaram de trabalhar depois de nascermos, como passaram a receber o triplo dos respectivos ordenados. Estavam também proibidos de ausentar-se mais de uma hora da habitação, com a obrigatoriedade de um ficar sempre um connosco enquanto o outro não estava presente. Quanto aos nossos avós, estes eram doutorados em agricultura no Norte e sempre tiveram abundância de alimentos. Só frequentaram as filas de racionamento durante a segunda grande guerra para cumprimentar os amigos e jogar às cartas. Como também, além dessa vezes, raramente saíam de casa, aproveitavam para tirar mestrados por uma espécie de e-mail da época que, infelizmente, ninguém consegue explicar nos tempos actuais.

Tanto os nossos avós como os nossos pais sabiam ler na perfeição. Mais os nossos avós, que dominavam várias línguas embora ninguém percebesse o que eles diziam. Devido ao pouco tempo que os filhos lhes concediam, raramente escreviam e quando o faziam, desenhavam uma cruz para poupar tempo. Por causa disso, diziam as más-línguas que na aldeia remota aonde eles viviam era tudo analfabeto menos o padre. Tinham vários médicos à sua disposição embora nunca tenham chamado nenhum deles por pura vergonha. Sabe-se hoje, que uma espécie de avião criado por Leonardo Da Vinci poderia transportá-los de Lisboa ali em menos de um minuto. Infelizmente, não sobrou nenhum exemplar dele (avião), pelo que actualmente são mais conhecidos os dinossauros que esse avião.

Isso sim, era qualidade de vida.

Quanto ao acompanhamento obrigatório, trata-se do modelo social vigente na sociedade portuguesa desde Dº Sebastião que beneficia todos os filhos de portugueses para além da quarta geração. Infelizmente ainda não é aplicável aos descendentes de africanos embora já o seja a descendentes de chineses, brasileiros, eslavos, árabes, judeus, etc, etc. Só falha mesmo é com os africanos. Já foi nomeada uma comissão de estudo presidida pelo cientistas do SOS Racismo e Bloco de Esquerda para tentarem encontrar uma explicação. Sabemos de fonte próxima da comissão que a resposta varia entre o racismo e a xenofobia anti – africana, havendo também hipótese do chavão "os brancos também roubam". Embora tal não aconteça na linha de Sintra por manifesto excesso de concorrência.

Divulgue o seu blog!