quarta-feira, junho 06, 2007

6 de Junho de 1949.


É publicado o livro 1984, de George Orwell. O livro 1984 é um romance escrito por Eric Arthur Blair sob o pseudônimo de George Orwell. Foi publicado em inglês com o título Nineteen Eighty-Four em 8 de Junho de 1949. O título vem da inversão do dois últimos dígitos do ano em que o livro foi escrito, 1948.

O romance é considerado uma distopia, junto com Fahrenheit 451 e Admirável Mundo Novo. Nele é satirizada uma sociedade onde o Estado é onipresente, com a capacidade de alterar a história e o idioma, de oprimir e torturar o povo e de travar uma guerra sem fim, com o objetivo de manter a sua estrutura inabalada.

No livro conta-se a história de Winston, um apagado funcionário do Ministério da Verdade de Oceânia e de como ele parte da indiferença perante a sociedade totalitária em que vive, passa à revolta, levado pelo amor por Júlia e incentivado por O'Brian, um membro do PartidoInterno com quem Winston simpatiza; e de como acaba por descobrir que a própria revolta é fomentada pelo Partido no poder. E também de como, no Quarto 101, todo o homem tem os seus limites.

De facto, Mil novecentos e oitenta e quatro é uma metáfora sobre o poder e as sociedades modernas. George Orwell escreveu-o animado de um sentido de urgência, para avisar os seus contemporâneos e as gerações futuras do perigo que corriam, e lutou desesperadamente contra a morte - sofria de tuberculose - para poder acabá-lo. Ele foi um dos primeiros simpatizantes ocidentais da esquerda que percebeu para onde o estalinismo caminhava e é aí que ele vai buscar a inspiração - lendo Mil novecentos e oitenta e quatro percebe-se facilmente que o Grande Irmão não é senão Stalin e que o arqui-inimigo Goldstein não é senão Trotsky.

Numa atura em que o Big Brother faz furor na televisão, talvez poucos saibam que a expressão foi tirada deste livro e dos cartazes que ornamentavam as ruas de Londres no romance de George Orwell - uma fotografia do Grande Irmão com a legenda Big Brother is watching you.


O estado controlava o pensamento dos cidadãos, entre muitos outros meios, pela manipulação da língua. Os especialistas do Ministério da Verdade criaram a Novilíngua, uma língua ainda em construção, que quando estivesse finalmente completa impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao regime. Ironicamente, esta acabou por ser uma das previsões que acabou por se concretizer, não numa ditadura, mas numa sociedade aberta como os Estados Unidos, através do Politicamente Correcto. Uma das mais curiosas palavras da Novilíngua é a palavra duplopensar que corresponde a um conceito segundo o qual é possível pensar simultaneamente uma coisa e o seu contrário.

Outra palavra da Novilíngua era Teletela, nome dado a um dispositivo através do qual o estado vigiava cada cidadão. A Teletela era como que um televisor bidirecional, isto é, que permitia tanto ver quanto ser visto...

No livro, Orwell expõe uma excelente Teoria da Guerra. Segundo ele, o objectivo da guerra não é vencer o inimigo nem lutar por uma causa. O objectivo da guerra é manter o poder das classes altas, limitando o acesso à educação, à cultura e aos bens materiais das classes baixas. A guerra serve para destruir os bens materiais produzidos pelos pobres e para impedir que eles acumulem riqueza e se tornem uma ameaça aos poderosos. Ironicamente, Orwell acertou mais uma vez. Num país livre e democrático como os EUA formou-se um Complexo Militar e Industrial que tem todo o interesse em criar uma corrida às armas e em fomentar guerras para que o dinheiro dos impostos seja derretido em armas e bombas. O mais interessante é que o Complexo Militar e Industrial emergiu do interesse egoísta dos industriais, mas acaba por ter um impacto indirecto na manutenção do Status Quo.

Mas o Complexo militar e industrial não é um fenómeno exclusivamente americano. Todos os países terão o seu grupo de poderosos a produzir produtos inúteis às custas do dinheiro dos impostos pagos pelos pobres.

Contextualização
Talvez sem pensarmos nisso, somos actualmente tão controlados como o eram as personagens de Mil novecentos e oitenta e quatro. Através de meia dúzia de números, o estado pode seguir o nosso percurso e a nossa vida. Com o número de contribuinte, o número de eleitor, o número do BI e o NIB, uma pessoa está definida. Será isso mau? Bom? Necessário? Inevitável? Passageiro?

As televisões vendem-nos a informação que convém. O que sabemos actualmente nunca é o que se passou, mas o que alguém quer que saibamos. A publicidade passou da fase em que nos vendia coisas, para a fase em que nos vende coisas que nos fazem mal - embora informando-nos do facto em letras pequeninas. Resta-nos a liberdade de pensar....

Wikipedia

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

quinta-feira, abril 26, 2007  
Blogger Jonathan Botelho said...

tche , eu fiz uma postagem sobre esse assunto tb, dá uma olhada lá.
grande abraço!

quinta-feira, março 06, 2008  

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