quarta-feira, junho 08, 2005

A tristeza e a desesperança

Como toupeira tenho notado nos humanos deste sítio, através da simples observação, ou por conversas, que tenho tido com primos, mais ou menos afastados e com os meus semelhantes, que a vaga esperança, se transformou em indiferença.

Noto pelo seu olhar, triste e vago, como se tivessem acordado de um coma profundo, olhando para o espaço e para o infinito.

Disse o meu avô que estarão numa das fases do luto. Primeiro, alguns que fazem de ursos e camelos, nesta tragicocomédia, ao lhes cortarem todas as esperanças, tiveram uns acessos de raiva, coisa fruste, é certo. Depois, o conhecimento, de algo já visto, em situações tão repetidas ao longo dos últimos trinta e um anos, levou à aceitação, fazendo e entrando, por fim, no luto de facto.

Mas de que falo eu?

O que deixaram morrer estes humanos que dirigem este sítio?

A esperança.

Este sentimento confuso, que se usa e abusa, quando se tem o poder, ou quando o poder é exercido por seres mesquinhos, emanado do grande exército que os alimenta, ou sejam, os brutalizados, os analfabetos funcionais ou não, os subsidiados de toda a forma, ou sejam, os já condicionados.

Assim se vai, passo a passo, avançando no chamado estado social, olhando apenas para onde ainda existe actividade, levando à morte de uma classe, e criando em termos de riqueza, neste caso de pobreza, uma única classe para alegria de muitos grupos, nas franjas do poder, que não sabem o que lhes vai suceder se ficarem a ver as reacções quando se instalar o caos!

Aí vão desejar, como o grande imperador Tibério, que as turbas enfurecidas tenham uma cabeça, que se possa cortar de um só golpe, com a diferença, que não terão uma guarda pretoriana como ele e por ele estimada.

Há dias fizeram-me uma observação que os humanos são como os chimpanzés, quando querem destronar um líder, sempre pela força, alguns machos fazem pactos, sendo que, por vezes, estas alianças, são imprevisíveis e até aleatórias, e o momento é rápido e muitas vezes fatal para alguns, seguindo-se outra vez, um período de paz, que irá mais ou menos apodrecendo com o tempo.

Neste sítio há dívidas que ficam para pagar, a retórica estará quase esgotada, e a corda muito ratada, espero que parta, porque depois da tempestade pode vir a bonança e os lutos serão cumpridos de facto...

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