quinta-feira, julho 21, 2005

Ainda Carcavelos.

"A PSP entregou anteontem à Comissão de Assuntos Constitucionais, Liberdade e Garantias da Assembleia da República um documento onde nega a existência de um ‘arrastão’, no passado dia 10 de Junho. Segundo o relatório, os incidentes registados na praia de Carcavelos resumiram-se a actos e ‘incivilidades’ cometidos por 40 indivíduos. Segundo o relatório, “momentos antes da intervenção policial (...) há um ajuntamento grande de indivíduos”. “Alguns (...) agrediram um cidadão brasileiro e um de leste com o intuito de os roubar”.

Circunstâncias que, segundo o relato, terão sido aproveitadas de “forma inopinada mas agregada”, por um grupo de cerca de 30 homens que começou a “correr pela praia e a tentar apoderar-se de alguns objectos deixados pelos banhistas”. Atitude que a Polícia considera não tratar-se de ‘arrastão’, já que não terá sido uma acção planeada. A polícia resume estes comportamentos a um conjunto de ‘incivilidades’, que alarmaram os banhistas e os fizeram abandonar “apressadamente a praia
”. "

CM

Incivilidades não é crime. Agredir estrangeiros para os roubar também não é crime. Os jovens negros limitaram-se a "apoderar-se de alguns objectos deixados pelos banhistas". Trata-se de uma exemplar acção cívica exemplar levada a cabo por estes moços que merecia melhor tratamento por parte da comunicação social e, quiçá, condecoração no próximo 10 de Junho. É verdade. Então os rapazes guardam os objectos esquecidos pelos banhistas e são acusados de furto? Não se faz.

Também não se compreende como um conjunto de ‘incivilidades’ (roubos e agressões) conseguem alarmar tanto os banhistas e, inclusivamente, os fazeram abandonar “apressadamente a praia”.

Curiosidade: incivilidade significa, entre outras coisas, indelicadeza. Roubar e agredir não passa de uma mera indelicadeza. Mais um mês e estão a pedir desculpas aos moços. Se é que não o pediram já (visita de Sampaio à Cova da Moura).

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