quinta-feira, setembro 01, 2005

Petróleo.

"O petróleo mantém a sua imparável escalada, batendo recorde atrás de recorde – ontem voltou a tocar um novo máximo – obrigando o mundo a admitir com relutância que os tempos de petróleo barato acabaram para sempre.

São más notícias para uns, óptimas para outros. As grandes multinacionais petrolíferas nunca estiveram tão bem, como mostram os resultados que vão apresentando, trimestre após trimestre. As distribuidoras também não se queixam, uma vez que, apesar de não terem repercutido os aumentos do petróleo na íntegra no dos combustíveis que vendem, vão igualmente apresentando resultados invejáveis. Resta, como sempre, o consumidor final, cuja única margem de manobra é passar a andar em ponto morto nas descidas ou – o que seria mais aconselhável – a deixar o carro em casa e passar a utilizar os transportes públicos com mais frequência. Em tempos anteriores, houve governos que decidiram congelar o preço dos combustíveis à custa da sangria dos cofres públicos. Em boa hora essa decisão foi invertida, optando-se por fazer refectir as subidas da matéria-prima no consumidor final. Os efeitos estão à vista, uma vez que o preço dos combustíveis, apesar de já ter aumentado mais de 40% desde que ocorreu essa liberalização, encaixou apenas uma pequena parcela da subida registada na principal matéria-prima, o crude. Para que as coisas corram ainda melhor para os consumidores, muitos dos quais são empresas para quem os combustíveis representam uma parte significativa dos custos de produção, seria importante que se avançasse rapidamente para a liberalização de facto deste mercado. A autorizações para a venda de gasolina nas grandes superfícies seria um passo tão importante como a de as deixar vender medicamentos. É uma daquelas situações em que a única dúvida é porque é que não foi sempre assim. "

Pedro Marques Pereira, Celso Filipe e Luís Villalobos

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