segunda-feira, novembro 14, 2005

Vandalismo em França

Parece começar a haver um debate sobre as questões da exclusão social em diversos países europeus, apontando alguns analistas, que essa exclusão de comunidades imigrantes poderão estar na raiz dos fenómenos de destruição e vandalismo que estão a ocorrer de há 20 dias para cá em diversas cidades francesas.

Sobre esta questão, acho que não existem "varinhas mágicas" como soluções milagrosas para este grande problema.

Há quem compare a integração dos imigrantes em França, onde são obrigados pelo regime republicano e laico a viverem segundo as normas sociais do Estado francês e o modelo inglês, onde os imigrantes vivem de acordo com as suas culturas.

Mas neste último caso também não se pode falar em verdadeira integração, já que os imigrantes que vivem em Inglaterra não se integram, vivendo em comunidades fechadas e não integradas, de acordo com os seus hábitos sociais e culturais.

Ora o que se passa em França, Bélgica, Alemanha, Inglaterra ou Portugal é que se é necessária a imigração para que haja mão de obra (dada a baixa natalidade na UE), o facto é que não são esses países a irem recrutar essa imigração ao Magrebe ou a África negra. São essas pessoas, que para fugirem à pobreza extrema dos seus países procuram melhores condições de vida na Europa.

E a esmagadora maioria do imigrantes são pessoas de bem, honestas e trabalhadoras. O problema está na exclusão , que por vezes é auto-exclusão da 2ª e por vezes 3ª geração de imigrantes, já nascidos na Europa, e que nem se sentem franceses nem africanos.

E são esses que dão problemas.

Ora não é fácil lidar politicamente e socialmente com essa situação. Mas também teremos que reconhecer que apesar das queixas dessas pessoas jovens desenraizadas, o facto é que em Paris ou em Londres vivem incomensuravelmente melhor que nos seus países de origem.

Fala-se que gang's de jovens combinam através da internet ou através de SMS formas de atacar viaturas, escolas e fábricas. Nos seus países de origem não teriam telemóveis para SMS ou internet. Aí, muitas vezes o problema é ter água potável para beber ou escapar da malária e da fome.

Por isso e apesar das queixas, o Estado francês proporcionou-lhes um nível de vida bem melhor que o que tinham nos seus países de origem.

Dependendo das qualificações académicas e profissionais, há depois imigrantes de sucesso, que se integram e outros que ficam mais excluídos, que devem ser ajudados, mas não podem depender a 100% do Estado.

Por isso, e em troca, o que se pediria seria aceitarem as regras e a lei dos seus países de acolhimento, já que foram eles que voluntáriamente se mudaram para a Europa. Se cometem crimes, os cidadãos nacionais vão ser acusados, julgados e eventualmente cumprirão pena de prisão. Um imigrante não pode estar imune a essa regra básica e elementar.

Se um imigrante comete um delito deve ser acusado, julgado e se for condenado, cumprirá pena ou será expulso do país que o acolheu, e não me parece chocante essa solução.

Afinal, se eles afirmam que não estão bem em França, que se mudem.

Os imigrantes não são nacionais, mas ao viverem nesses estados deverão cumprir as regras legais, sociais e aceitar as regras culturais do país que os acolheu.

Como disse e bem Pacheco Pereira recentemente, se se tratasse de um bando de skin-head's a incendiar carros, já andaria meio mundo a clamar por polícia, mais polícia e a seguir, mais polícia ainda. Mas por se tratarem de imigrantes, vêm logo os politicamente correctos afirmar que se deve compreender, assentes em grandes explicações sociológicas e político-sociais.

A lei do "politicamente correcto" impera no século XXI, mas não deve ser forma de branquear crimes contra pessoas ou contra a propriedade.

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