Coitadinho do dr. Soares
"No dia anterior a Mário Soares ter vindo para a televisão queixar-se outra vez do malévolo papel da comunicação social na cobertura da sua campanha, eu vi-o na SIC Notícias, acompanhado por Anabela Neves, a passear longamente pelos quartos da sua casa, a mostrar as enciclopédias de história, os livros de filosofia, os dicionários, e até as obras completas do cardeal-patriarca, em vários volumes que tinham pinta de nunca terem sido abertos mas que ficavam a matar na TV. A não ser que Anabela Neves, sempre solícita, tivesse ido para a cozinha fritar umas perninhas de rã e as servisse como aperitivo ao ex-presidente, não consigo imaginar de que forma um canal de televisão poderia tratar o dr. Soares com maior simpatia. É disto que ele se queixa?
Cada vez que se quer atacar Mário Soares fala-se de Macau, da Emaudio e do livro de Rui Mateus, e é bem verdade que nenhum jornalista o confronta com os detalhes mais sombrios do seu passado. Mas nem vale a pena desenterrar as conexões asiáticas circula pela Net e pelos blogues um pequeno excerto de um recente noticiário da SIC em que Soares mete os pés pelas mãos ao comentar umas declarações de Ribeiro e Castro, numa atrapalhação mental tão grande que ao pé dela até a gafe do PIB empalidece. Pergunta: porque não passaram essas imagens mais vezes? Porque é que elas, como aconteceu com Guterres, não foram repetidas até à exaustão?
Porque a verdade é esta a última vez que a comunicação social tratou mal Mário Soares ainda havia dodós nas ilhas Maurícias. A acusação do ex-presidente só não é um absurdo porque o seu objectivo é bastante claro: condicionar, na medida do possível, o trabalho dos jornalistas, pressionando-os a um olhar mais favorável sobre a sua candidatura. Soares, como é evidente, não acredita estar a ser maltratado pela comunicação social. Só não está a ser tão bem tratado quanto gostaria - e já começou a tratar disso. "
João Miguel Tavares
Cada vez que se quer atacar Mário Soares fala-se de Macau, da Emaudio e do livro de Rui Mateus, e é bem verdade que nenhum jornalista o confronta com os detalhes mais sombrios do seu passado. Mas nem vale a pena desenterrar as conexões asiáticas circula pela Net e pelos blogues um pequeno excerto de um recente noticiário da SIC em que Soares mete os pés pelas mãos ao comentar umas declarações de Ribeiro e Castro, numa atrapalhação mental tão grande que ao pé dela até a gafe do PIB empalidece. Pergunta: porque não passaram essas imagens mais vezes? Porque é que elas, como aconteceu com Guterres, não foram repetidas até à exaustão?
Porque a verdade é esta a última vez que a comunicação social tratou mal Mário Soares ainda havia dodós nas ilhas Maurícias. A acusação do ex-presidente só não é um absurdo porque o seu objectivo é bastante claro: condicionar, na medida do possível, o trabalho dos jornalistas, pressionando-os a um olhar mais favorável sobre a sua candidatura. Soares, como é evidente, não acredita estar a ser maltratado pela comunicação social. Só não está a ser tão bem tratado quanto gostaria - e já começou a tratar disso. "
João Miguel Tavares
11 Comments:
O que diz Constancio sobre a OTA e o TGV? Ou, o que nao diz Constancio sobre a OTA e o TGV? Desgracadamente Constancio esta tambem quase a receber uma das tais reformas negociadas pela propria administracao do banco, o que limita sempre a sua independencia. Isto de por um politico de carreira a frente de um banco central, quer se queira quer nao, nunca e boa ideia. E nao foi por falta de bons candidatos que Constancio foi para la. E pena porque ele ate e bem bom, mas ha sempre um ponto em que nunca se e verdadeiramente independente.
A resposta à questão "Portugal é viável?" é que esta Repúlica não conseguiu até à data demonstrar a sua viabilidade. Nos vários ciclos económicos, com diferentes conjunturas e recebendo avultados subsídios Portugal não foi ainda capaz de equilibrar as suas contas. Em bom português o Estado gasta sempre mais do que recebe, e tem que pedir emprestado cada ano para pagar a diferença. O acumular das dívidas ano após ano leva a que o Estado tenha mais juros a pagar o que contribui para desequilibrar mais as contas. Se contimuar como nos últimos 30 anos o resultado desta espiral decrescente só pode ser a bancarrota. Os juros da dívida vão consumir cada vez mais impostos, restando cada vez menos para governar o país. Com o crescimento da dívida o risco de não pagamento aumenta e consequentemente o juro a pagar, o que aumenta a velocidade de descida pela espiral. Entretanto o Estado vai travando como pode a descida, vendendo património (terrenos, edifícios, empresas públicas), mas sempre sem conseguir gastar o mesmo (ou menos) do que o que arrecada em impostos. Falta conseguir à semelhança de Espanha ou dos Estados Unidos ter um ou mais anos em que as receitas ultrapassem as depesas e com o excedente se pague parte da dívida externa. Esse foi o principal erro de António Guterres que no afã (louvável) de melhorar a qualidade de vida (no curto prazo) não soube, em tempos de vacas gordas, controlar a despesa, poupando para pagar a dívida já acumulada, ou para dinamizar a economia no próximo tempo de vacas magras.
Se por viabilidade se entende a sobrevivência dum país, é óbvio que Portugal é viável. Não se conhece nenhum país que tenha ido à falência. Quem, por definição teórica, se diz independente e soberano há já tantos séculos, criou uma marca genética dificilmente descartável. Só que o genoma está crivado de arreigados comportamentos e mentalidades avoengas.Estamos no alvor do sec. XXI , mas ainda há muitos espectros do sec. XV ! Que se deve fazer ? Apagar o passado ? Não, porque há muito a respeitar. Mas quebrar com ele, não o imitar. Mudar de genes. Mudar de povo.Forjar uma alma nova, uma consciência realmente livre, uma renovação que só se pode obter pelo trabalho, pela educação e pela competência.É esta a tendência da modernidade : a paz, a ordem, a liberdade e a responsabilidade.
Crise? Viabilidade? Há quanto tempo ouço isso?. Defice externo? Quando é que não tivemos a BTC negativa?. E já agora estamos numa crise, de saída problemática, quando o gerente da delegação em Portugal do BCE ganha mais que o Governador do poderosíssimo FED? Quando todas as marcas "premium" automóvel têm tido um crescimneto exponencial? Crise do quê ou para quem?
Portugal é viável? Não é nem o será enquanto se mantiver, como donos do país, esta partidocracia! Não será viável enquanto as Micro e PME´s não forem apoiadas sem restrições nem manobras de bastidores que enriqueceram até agora uma classe de inspectores corruptos! Não será viável, enquanto os que não produzem riqueza, o funcionalismo público, forem os mais beneficiados em dinheiro e benesses! Em ESpanha ganham em média mais 40% do que o resto dos trabalhadores "civis". E em Portugal? Não será viável enquanto roubarem e venderem os nossos bens públicos para alimentarem a sua incompetência! Por estas e muito mais razões o nosso país não será viável,afundando-se cada vez mais,enquanto não houver uma nova constituição "legalizada" pelo povo!
PORTUGAL SERIA VIÁBEL SE SR.CONSTÂNCIO E OUTROS COMO ELE TIVESSEM 1/3 DO ORDENADO QUE TÊM E AINDA ESTOU A SER GENEROSO. AÍ SIM ELE PRESTAVA UM SERVIÇO AO PAÍS, NÃO É VOTAR VERBORREIA FORA,FAZENDO A POLÍTIQUICE DO COMPARSA SOCRATES/TEIXEIRA DOS SANTOS, A FIM DE SER RECONDUZIDO PARA OUTRO MANDATO.
É verdade ! Portugal pode não ser viável, mas nunca foi tão fácil para os incompetentes, e para os políticos que de uma forma fácil chegam ao topo das hierarquias das grandes empresas de capitais públicos e das empresas públicas. Nas autarquias é ver como são feitas as nomeações para as empresas camarárias, e para outras empresas privadas em que os autarcas são sócios. Se isto se pode chamar um Portugal viável, então Portugal nunca foi tão viável para os incompetentes, os políticos e outros que fogem aos impostos com a maior das facilidades, desviando os lucros para despesas de investimento em casas de praia, bons carros e barcos, etc.. etc.. . Bem, depois há os outros que são perseguidos pelo fisco, ou porque não são do Partido, ou porque são mal reconhecidos. Em Portugal infringir a lei fica barato e compensa. É verdade ! Para alguns Portugal é um País viável, mas não para todos.
Boa pergunta. Mas devia ser feita aos Abrilinos que em 25.4.74 prometeram o paraíso à rapaziada. Se não fossem 20 anos de "maná europeu", esta pergunta (e as respostas) já teriam tido um desfecho, por certo bem doloroso. Mas teria sido melhor, do que cultivar a euro-subsídio-dependência. O governador do Banco de Portugal vem clamar contra os preços do petróleo... o baixo Consumo, motivado pela subida dos Impostos...Mas deve estar lembrado que foi ele o apoiante (senão o mentor) da subida do IVA. Diz que o crescimento da exportação portuguesa está dependente da AutoEuropa...quando todos sabemos que o produto desta fábrica está em fim de vida e que ela não sobreviverá só com a produção de um novo modelo. Mesmo assim, continua a defender com unhas e dentes a redução do Défice Público (que ninguém na Europa cumpre). Que é a causa de todos os apertos fiscais e económicos. Sr VC: estamos numa economia em que o Estado representa 45-50% do PIB! Se queremos ortodoxia orçamental "made in Bruxelas", há que suportar as consequências. Outro aspecto que VC muito receia: o elevado endividamento das famílias portuguesas. Por aí não vai o gato às filhoses, se nos lembrarmos que os mais endividados no Mundo são os norte-americanos, e no entanto, no DE e em todo o Mundo, os EUA são o paradigma duma economia super desenvolvida (eu diria que são as "taxas de juro baixas",não há que preocupar). Acho que VC está um pouco "comprometido" com o Governo, e é de sugerir um "independente" para futuro mandato. Da laia de Pina Moura, pois assim estaríamos certos que o Banco de España estaria ao leme do BP daqui a dez anos.
É lógico que Portugal é viável. Mas não deixa de ser verdade que temos de acreditar na nossa capacidade de vencer as sucessivas crises, começar a enfrentar a formação não como um aborrecimento mas como uma ferramenta (imagine-se que a capitalização de diferentes acções de formação seria como ir enchendo uma caixa de ferramentas), e alterar a nossa cultura em relação aos sacrifícios a realizar nas nossas vidas, em que não existem apenas direitos, mas também deveres, como muita gente já escreveu ou proferiu. E o nosso dever é para com a nossa Pátria, custe o que custar, para alguns o sacrífico da prórpia vida. Mas há um senão: ou a fiscalidade baixa, ou não antevejo grande margem de manobra para melhorar a economia.
O sistema privado é que luta pela viabilidade do país e o público apresenta facturas pesadas sucessivas. Na lógica do passado, para os fadistas e benfiquistas, é pôr a formiga a trabalhar porque gosta o ano todo e as cigarras vivem à conta de alguém. Esse esquema de solidariedade é que tem os dias contados assim como os audis a8, bmws 5 ou 7 , mercedes E ou S do estado. O governador que tem mantido algum alinhamento discreto já sabe que vamos ao fundo e está a preparar o discurso de saída, não só conseguimos o pior crescimento do mundo com fundos estruturais ainda a esconder a realidade como o défice não pára de subir e os funcionários públicos a aumentar. Quem sabe economia alguma coisa pelo menos, está preocupado, uma década perdida, mais uma e as empresas a caírem uma após outra. O turismo, os centros comerciais , a tv e o trânsito automóvel dão uma imagem de estabilidade económica que todos sabem não sustenta mais um aumento de impostos e continua a ineficácia do aparelho de estado. Agora agravada com os sindicatos a renascerem das cinzas assim como os comunistas que se calhar vão aumentar. O erro persiste NÃO HÁ SOCIALISMO AVANÇADO e ainda não querem perceber.
A viabilidade passa tambem pelo exemplo dos nossos governantes... safaris em africa e ski nos alpes, porque não um carnaval no rio e no proximo verão uma semana em bora-bora! Bravo portugal e como dizia alguem "infelizmente temos aquilo que merecemos"
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