terça-feira, março 21, 2006

Franceses contra o risco.

"Os jovens franceses não querem trabalhar.

Ou melhor, eles querem, mas dizem: sem riscos. E por isso saíram à rua como só os jovens sabem fazer: arriscando tudo. Claro. O que distingue os jovens da maioria é isso: eles procuram o risco. E por isso é tão estranho observar um magote de rapazes e raparigas novas de cara escondida por um cachecol arriscando muito para conseguir o que não lhes serve: um mesmo emprego para a vida. O assunto é bem simples: o Governo francês quer introduzir maior flexibilidade no mercado de trabalho, o que o levou a conceber um contrato dedicado as mais novos - até aos 26 anos. Deu-lhe o nome correcto - Contrato Primeiro Emprego (CPE) - e impôs uma norma Darwiniana que levou a revolução à rua: nos primeiros dois anos qualquer um pode ser despedido.

Ou seja, o contrato faz sentido, é dirigido à camada correcta da população e, mais importante, introduz no mercado de trabalho os incentivos correctos. Por um lado, porque impõe a ética do trabalho árduo e porque a dirige aos que mais energias têm: os jovens. Por outro, porque permite libertar empregos. Melhor dito: porque garante a todos os que chegam ao mercado que com esforço e dedicação conseguirão sempre ocupar o lugar dos que não se aplicam. É verdade: qualquer norma como esta, que facilite os despedimentos, pode produzir injustiças e permitir que o livre arbítrio de um chefe empurre para o desemprego um empregado competente. Pode: mas essas injustiças acontecem hoje, e é a rigidez do mercado que explica que um competente demore tanto tempo a encontrar novo emprego.

Os franceses não costumam estar certos nas questões sociais. Desde a revolução Franceses, que todos recordamos como acontecimento histórico, que todos os esforços gauleses consistem em procurar mudar privilégios de uma classe para outra - e não em distribui-los de forma equitativa. Desta vez não estão a liderar nada, estão somente a tentar não perder o barco da competitividade. Os jovens franceses, pelo contrário, parecem estar a perder todos os comboios. E um deles é bem mais rápido que o inovador TGV: chama-se globalização e pede, acima de tudo, criatividade e flexibilidade. Foi um austríaco (nunca ocupado pela França) que definiu o modelo que agora voltou a estar na moda: a destruição criativa. Nada acontece por acaso.

Os jovens franceses são bons em destruição (de ruas), mas muito fracos em criatividade: eles querem os mesmos empregos que os seus pais já tinham
. "

Martim Avillez Figueiredo

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Os jovens de todo o mundo se não tem criatividade foi porque os governos dos seus países com sistemas de educação prejudiciais só querem que eles sejam mansos e que os pais lhes deiam de comer, vestir, calçar e lazer perpetuamente . Primeiro a responsabilidade de os jovens ou "trabalhadores em geral" gostarem ou adaptarem-se ao trabalho que encontraram é só dos dirigentes dos mesmos . Depois de andarem a navegar até começarem a trabalhar para além do rótulo de preguiçosos arriscam a ir para a rua quando já se sentiam com princípios de pensar em organizar a suas vidas , isto é , se o patrão verifica que o jovem não serve deve ser honesto e dizer-lhe imediatamente não fazê-lo sonhar dois anos , e , depois dar-lhe um pontapé . O ser humano quer seja de pais ricos ou pobres tem direito de sonhar com o amanhã ,e, não de estar a tremer perante esse amanhã , porque os que estão no poleiro ,cantam de alto , porque tem diversos empregos ,e, a sociedade que os rodeia estarem sempre a protegê-los entre si.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Entre conseguir «um mesmo emprego para a vida» e ser despedido sem motivo durante 2 anos e até aos 26 vai alguma distância, ou não? E depois queixam-se de que se fazem poucos bebés.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

O problema é que a maioria não é boa. Do que resta, alguns são bons. Poucos são muito bons. Excelentes são uma minoria. Mas todos são iguais e todos se dizem diferentes. Os pais não tinham estas percepções.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

fala-se da flexibilidade e de outras coisas muito bonitas mas como pode uma família ter filhos sem estabilidade. E sem população não há consumo logo não há vendas e como tal os lucros são menores.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Não percebo para quê, tanta ciência, na lei do CPE. Aqui em Portugal o contrato a termo permite, num período de dois a três anos, ao empresário avaliar da capacidade do trabalhador. E, findo o prazo do contrato a termo, passá-lo, ou não, ao quadro de efctivos. Com o pagamento de indemnização no caso do contratado a termo não ser integrado no quadro de efectivos. Não será um contrato "científicamente" elaborado, mas tem mais aderência à realidade.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Segundo uma sondagem apresentada na TV5 ,76% dos franceses gostariam de trabalhar na função publica.Tambem os ouvimos falar da má e excessivamente formal educação, nas universidades.O emprego precário é mau ,mas em contrapartida a mobilidade permite a aprendizagem que a escola não dá.Mais,o governo francês ,como qualquer outro ,não tem saida para a crise e apela ao empreendorismo flexivel.Mas, há principios marxistas que convem reter:sem trabalho não se pode criar mais valia para o capital.POrtanto, é preciso contratar trabalhadores para ganhar dinheiro.Estes franceses têm de dar uma grande volta..

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

É interessante ver a relação entre a suposta segurança no trabalho e a vontade de ter crianças. Primeiro, porque mesmo com a segurança no trabalho assegurada, nunca existe segurança total, ou seja, qualquer vida é caduca e em risco, em qualquer momento. E se esta famosa "segurança" tiver tido como elementar para a procriação, teriamos sido extintos, mal o primeiro tigre-de-dente-de sabre-mal-cheiroso se apresentava aos nossos antecessores... Então jovens, já não têm coragem ? Vão atirá-vos à vida como se da vida noturna se tratasse, ela (a vida real)vai remunerar vós devidamente. Acreditem nas vossas capacidades e nas do vosso parceiro. E trabalham, porque vamos deixar vos uma grande porcaria

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Há mil e uma soluções para os problemas! Os inteligentes procuram-nas, os outros aceitam como inevitável qualquer solução de fácil aplicação em países subdesenvolvidos. É evidente que que os franceses nada têm a aprender com portugueses. Os franceses querem trabalhar, isto é evidente! Lá quem quer dirigir tem que o fazer com inteligência, caso contrário é despedido, com justa causa. A globalização é um chavão cada vez mais gasto, que muitos falam mas ninguém explica muito bem o que é, e no qual a contestação dos franceses também caberá com certeza, quem não entende assim já perdeu todos os comboios. A Economia não é matemática...

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Jovens franceses a manifestar-se? E os jovens Africanos que estão a passar fome. E os Jovens do Extremo- Oriente ,e MÉDIO-ORIENTE , América-latina . Têm contratos de Trabalho ? Lutam pela sobrevivência . Preparem-se jovens portugueses é a globalizaçáo a funcionar. Mas como diz o nosso Presidente temos de aproveitar as opurtunidades da Globalização.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Esta malta mais nova das sociedades ocidentais está a caminho do apodrecimento e embora os pais tenham uma boa parte de responsabilidade, são eles os mais jovens que cada vez têm mais uma mentalidade pequeno-burguesa, os criadores desta medíocre forma de vida em que querem tudo de borla, sem terem de se esforçar por nada! Deviam ter nascido na Guatemala ou no Chade, para verem o que era bom!

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Ao que parece toda a gente está de acordo como o texto de um inteligente, chamado de Martim, nome decerto muito fino, sendo Avillez com 2 LLs muito mais fino ainda.
Mas espremido apregoa aquilo que a voz do dono manda.
Como todos os que têm inveja de quem tem alguma estabilidade na vida se comportam como ovelhas cada vez mais incapazes de pensar, não se dão conta que a invenção do chamado ou chamada globalização é um chavão inventado por quem já inventou outras coisas por esse mundo fora e por essa história fora usada para quem tem a memória curta ou então para quem a tem pouco usado, pelo que a usura, neste caso aplicado o termo das formas que se entender é estratégia há muito usada pelos donos do mundo e pelos seus testas de ferro junto dos governos democráticos, se possível parlamentares, formula deveras útil aos donos e que é acarinhada pelos elementos dos rebanhos adestrados.
Quem melhor que cães rafeiros para atiçar a quem se sente revoltado, mas que não sabe bem contra o quê ou contra quem, porque já não são necessários os ismos tão em voga quando foram necessários, porque os protocolos estão cumpridos e serão obedecidos.
Pobres humanos que se transformam em cães que rosnam quando um outro cachorro, mas este adestrado e com dono, lhes atiça o ódio de pequeno burguês, com era hábito os fósseis comunistas chamarem aos seus pares, mas que lidavam em campos opostos, como era conveniente aos manipuladores de sempre.
Odeio jornalistas ou fazedores de opiniões, porque são uma doença como a lepra que corroe a sociedade e os espíritos.

quarta-feira, março 22, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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sexta-feira, fevereiro 23, 2007  

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