terça-feira, março 21, 2006

Medidas para "inglês ver".

"Os polícias estão com o pé atrás relativamente ao plano de acção anunciado esta segunda-feira pelo ministro da Administração Interna, António Costa. Um policiamento mais musculado vai «aumentar os processos-crime e os processos disciplinares», dizem os sindicatos. Além disso, sublinham que há militares que, desde o início da carreira, nunca mais treinaram o uso da arma. Um policiamento mais reactivo e disparos mais rápidos são respostas da PSP e da GNR à crescente ameaça aos agentes das forças de segurança. O Modelo Integrado de Prevenção e Intervenção Policial foi apresentado ao ministro da Administração Interna um ano depois do assassinato de dois agentes na Amadora e dá instruções de reacção em caso de tiroteio.

Mas os sindicatos prevêem o pior. «Nós neste momento já temos processos disciplinares só por andarmos na rua com a mão na arma», explica Ernesto Rodrigues, da Associação Sindical Independente de Agentes da PSP. «Com a actual legislação não podemos usar armas de fogo de uma forma mais musculada», afirma. Se o fizerem, admite, isso «vai aumentar o número de processos [crime e disciplinares] contra os elementos das forças de segurança». A anunciada liberdade para disparar também não convence José Alho, dirigente sindical da GNR. «A lei só nos permite ripostar perante ameaça de morte - nossa ou de colegas - e perante igualdade de armas», esclarece. Ora, «se a lei não foi alterada», fica a dúvida: «podemos disparar em que aspecto?»

Em que aspecto e com que armas, acrescente-se. É que, de acordo com os sindicatos ouvidos pelo PortugalDiário, os elementos das forças de segurança não estão preparados para responder ao fogo com fogo. «Eu, por exemplo, não faço tiro há três anos», admite Ernesto Rodrigues. Três anos sem treinar. Um prazo demasiado longo que pode ser fatal em caso de tiroteio. Mas há casos piores. «No grupo territorial da GNR de Beja há cinco anos que ninguém faz tiro com a arma que usa», garante José Alho, da Associação Socio-Profissional Independente da Guarda. O mesmo responsável acrescenta: «há pessoas que só fizeram [treino de tiro] no curso e depois nunca mais». O ideal, explica, «devia ser mensalmente». «Há pessoas que exercem funções burocráticas que se forem chamados a intervir numa situação de ordem pública não estão preparadas», sublinha Ernesto Rodrigues.
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PD

A ideia é o patrulhamento ser reforçado, com mais do que os dois agentes habituais num veículo; armamento mais eficaz, sempre à mão e pronto a atirar – e coletes à prova de bala sempre vestidos nessas circunstâncias. O problema é que não existem coletes e armas novas para todos, os polícias de serviço nas zonas mais perigosas (Amadora) são os menos bem classificados, não há treino de tiro e a actual legislação não permite usar as armas de fogo de uma forma mais musculada, logo esta medida parece mais uma para "inglês ver".

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Depois de escutar diversas opiniões e analisar o assunto em causa e a celeuma que a medida anunciada pelo MAI já está a causar no seio policial e como será óbvio na população em geral, fiamos com a sensação que a medida anunciada foi recebida com agrado pelas associações, sindicatos e profissionais das Forças de Segurança em geral. Agora o importante e urgente é que o governo complemente a medida anunciada, alterando a actual e restritiva legislação que regulamenta o uso das armas pelas FFSS. e lhe deia mais e melhores meios e formação adequada e consentânea com a missão policial.
Na GNR por exemplo, são ministradas várias matérias e técnicas operacionais, totalmente desadequada à função policial, em prol da cultura e técnicas militares. A GNR precisa de mais meios e treino verdadeiramente policial, não de uma coisa assim, assim, que "nem é carne nem é peixe". O treino militar deve ser exclusivo para as Unidades/Subunidades Especiais que possam intervir em situações como no Iraque etc..
É urgente rever tudo isto e ter a consciência que não é vertendo "ideias e normas no papel" que os problemas se resolvem.
Além da medida anunciada é preciso apostar na prevenção e policiamento de próximidade complementada com o reforço de autoridade das Policias, (sem esquecer o devido equilíbrio e bom censo que deve sempre existir, no uso das armas) se assim não for a medida anunciada será uma "pescadinha de rabo na boca",com o aumento de processos disciplinares e criminais contra os profissionais da PSP e GNR.
E matéria tão melindrosa e delicada como o uso das armas, não podem existir dúvidas. Os profissionais das Forças de Segurança ficaram por certo atentos aos "próximos capítulos" e aguardam que tudo seja clarificado, para bem dos próprios e dos cidadãos.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Há cerca de 4 anos, vinha eu do Porto para Lisboa no regresso de um dia de trabalho, quando recebi uma chamada da minha mulher para ir ter com ela à esquadra. Então e qual era o motivo para um encontro em tão estranho sítio?
O nosso carro tinha sido assaltado. O ladrão tinha sido apanhado em flagrante delito por uma dupla de polícias à paisana. Foi detido, e seria apresentado ao juiz no dia seguinte. Acontece que nós teríamos de apresentar queixa se queríamos que alguma coisa acontecesse ao larápio. Ou seja, à porta da esquadra, um dos polícias que fez a detenção, tentava convencer-nos a apresentarmos queixa, caso contrário seria obrigado a libertar o sujeito no dia seguinte. Para já, tinhamos um vidro do carro partido, e era esse o nosso prejuizo. Para apresentarmos queixa temos de saber o montante do prejuizo. Perto da meia-noite de uma sexta feira, é um pouco dificil saber quanto custa um vidro lateral traseiro de um Volkswagen. "Inventámos" mais ou menos um prejuizo.
O polícia de serviço preencheu a documentação referente à queixa e no dia seguinte o sujeito foi presente em tribunal. Foi mandado embora com a indicação de ter de se apresentar na data em que seria julgado.
Na data aprazada, o julgamento teve lugar. Sentença: O sujeito foi absolvido. Porquê? Porque nós tinhamos seguro contra todos os riscos no qual se incluía roubo ou furto. Segundo o critério do juiz, quem devia ter apresentado queixa não devia ter sido o proprietário do veículo, (a minha mulher), mas sim a companhia de seguros. Entendeu o douto senhor, que a minha mulher foi indemenizada pela companhia de seguros, e caberia a esta, apresentar ela própria queixa contra o larápio de forma a ser ressarcida por este. O ladrão sorriu, agradeceu e foi-se embora provavelmente a pensar qual o próximo roubo que iria fazer. Nós viemos embora para casa a pensar em tudo isto, e na lógica de tudo isto. Acresce que o ladrão era Cabo Verdiano e tinha a autorização de residência caducada fazia 2 anos, não tendo o tribunal tomado nenhuma acção em virtude do conhecimento deste facto, ou sequer informado o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Só uma perguntinha, a notícia era sobre quê que eu já me esqueci? Ah, que a polícia pode disparar? Por acaso sei que a detenção deste indivíduo foi feita com um tiro para o ar. Sei que foi tratado pelo nome, porque os polícias que o detiveram o conheciam de outras guerras, ou seja, o indivíduo já tinha cadastro.
Conheço outros países, onde perante uma situação destas, a atitude seria certamente diferente. Mas não estamos noutros países.
Aqui chama-se Portugal, e em Portugal estas coisas acontecem e toda a gente acha normal. Quando conto esta história a amigos, a conhecidos, as pessoas regra geral riem-se. E é só mesmo isso que nos resta, rirmo-nos. Da justiça, da polícia, do país, dos políticos, do que eles dizem, do que fazem.... Vá lá, riam-se.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Não é novidade, esta noticia, agora quem está mais a par destas questões, falo da nova lei de uso e porte de arma, como vão estas pessoas dar cursos a civis para renovar ou obter novas licenças.
Pois sabemos que a maior parte dos civis q têm licenças fazem mais tiro que os proprios policias , por exp.caçadores e tiro desportivo.
Mais uma vez o governo começa a construir a casa pelo telhado.
E depois vem o governo mandar areia para os olhos do "zé povinho", q a policia tem ordem para responder, há quer dar condições ás pessoas/policias, para treinar, melhores armas, e não armas com 30 anos, por vezes os gatunos tem melhores armas que os policias, pq para eles é facil compra-las, pois o ciadadão de bem é que tem que passar por uma burocracia do "arco da velha", parece ele que é o gatuno. Enfim cada vez mais Portugal é a Republica da Bananas.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Meu amigo, por favor não tenha atitudes discriminatórias! O cidadão cabo verdiano ilegal neste "país", tem todo o direito a vandalizar/roubar/assassinar como você ou eu ou outro qualquer residente legal em Portugal!

Todos diferentes todos iguais!
Todos temos o direito a roubar!
O direito ao roubo devia estar consagrado na constituição!

Saudações

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Penso que depois de ler todos os comentarios posso friamente comentar.
Fui furtado num valor elevado vai para 2 meses.
Estiveram na garagem do meu predio e não entraram no apartamento, possivelmente, porque não quizeram.
Lido, proffissionalmente, com policias e delinquentes.
Sinceramente vejo de tudo. "Bons delinquentes" e maus policias" o verso também não é mentira.
O uso de armas de fogo,pela policia, nunca foi proibido. Tão pouco pelo cidadão, em legitima defesa ou estado de necessidade.
Também é verdade que muitos agentes abusam de poder provocam e, desculpem os mais radicais mas penso mesmo isto têm agora o "motivo" para dispara e depois questionar (explicar).
Também é verdade que par além de preparação psicológica falta muita preparação técnica.
O tempo dirá o que isto vai dar...
só espero que até lá nenhum inocente, quiça familiar ou mesmo aqueles quie aqui mais radicalmente aptrovam a medida, caia na malha de um qualquer mau... policia ou delinquente.
A vida humana vale mais que "mil medidas populistas", seja lá de quem for essa vida.
Nunca o oito nem o oitenta foram bons conselheiros.
Acredito que, para além dos maus deliquentes, dos mais diversos sectores socias do colarinho preto ao branco, a educação a cultura e a formação serão a principal arma de um povo.
Pena é que estas armas não seja empunhadas por todos e principalmente porquem devia.

Saluti a tuti et forza en la mente

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Já não era sem tempo. Esta história de a polícia ter que andar com os bandidos "nas mãozinhas" e de a comunicação social andar sempre a criticar a polícia e a fazer dos bandidos as vítimas, tem que acabar. Aliás o grande responsável pelo estado em que as coisas estão, nuca se viu tanta violência, nem tanto desrespeito á autoridade como agora, deve-se à comunicação social, que passam a vida a "bater" na políca e a desculpar e poupar os bandidos. a polícia devia agradecer à comunicação social o facto de cada vez menos a autoridade ser respeitada e a sociedade civil agradecer aos mesmos jornalistas pela onda de ladroagem e viol~encia que o país atravessa. obrigada comunicação social.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Até que enfim uma medida credível! Não faltarão ,depois, "bocas " a dizer: " coitadinho ia a passear e mataram.no" ,ou, estava a ver a montra dentro dela e deram-lhe um tiro "Mas as pessoas com comportamentos sociais correctos não fogem da policia quando esta a manda parar, nem entram nas montras para as verem.Segurança, sim !!! Poliícia mais forte sim ! Só assim me sntirei seguro.Já basta de andarem a brincarem aos polícias e ladrões , onde os ladrões costumam vencer sempre.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Até que enfim que há uma determinação em repor a autoridade pois caminhavamos para uma situação em que a Polícia era um simples adorno. Também é necessário mudar o código penal para existir a pena perpétua para determinados casos e acabar com a história dos bons comportamentos.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

O título é deveras curioso.
"Á vontade para disparar"... para depois ser esclarecido "em caso de tiroteio".
Ora, em caso de tiroteio, já está consagrado na legislação actual a autorização para o recurso à arma por parte das autoridades, logo é uma medida "de fachada", só para aparentar alguma vontade de mudança.
O ponto fulcral no que respeita às autoridades policiais é credibilizar o seu poder discricionário, permitindo assim uma actuação que o Agente mediante as situações actue em conformidade.
Caso se verifiquem exageros (óbvios e não inventados) tal Agente deverá responder disciplinarmente.
Agora "fantochar" com um assunto tão sério é continuar a "gozar e envergonhar" as Forças Policiais.

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

ui ui...policias com coletes á prova de bala...oh oh... antes fosse verdade!! Se em Portugal, os policias têm de pagar a farda que vestem para defender os interesses da "naçõuen" e já nao é tao barata quanto isso, de igual modo vao po-los a pagar um colete..que evidentemente seá altamente inflacionado!
Senhores Politicos, ministros e "boys dos jobs dados em detrimento de pessoas com capacidade"..deixem-se de conversa fiada e executem as ordens, leis e afins!
Queremos acções, nao queremos paleio!

terça-feira, março 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

best regards, nice info » »

quinta-feira, fevereiro 08, 2007  

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