Povoar com brasileiros.
"A autarca Irene Barata, convidou 50 famílias brasileiras oriundas de Maringá, estado do Paraná, para se fixarem na Vila do Rei. Quatro das famílias já chegaram. Sabemos que terão assegurado o salário mínimo (cerca de 370€), bem como acomodações e condições de escolaridade para as crianças.
Ouvi as afirmações da autarca dizendo que não tinha conseguido encontrar internamente, pessoas interessadas em se radicarem naquela autarquia, e por esse motivo teria optado por esta via.
A verdade é que desde que a notícia saíu nos telejornais, os telefones da autarquia estão entupidos com milhares de interessados nacionais para se radicarem com idênticas condições naquela vila. Acredito que haverá mesmo muitos casais desempregados que não desdenhariam aquelas condições.
É algo discutível que as despesas (salários, casas, refeições, etc) corram por conta do estado com o dinheiro dos contribuintes. É também estranho que num país com meio milhão de desempregados, este convite não tenha sido feito em termos nacionais, com a mesma publicidade com que foi coberta a chegada dos primeiros casais.
Mais uma vez se confirma que somos capaz de dar a camisa ao estranho, mas somos muito mais "comedidos" quando se trata de nós próprios. Talvez este caso tenha servido para alertar as consciências para a desertificação que o país tem sofrido neste últimos anos, e que este governo, na sua política de aglomerar nos principais centros urbanos os serviços sociais essenciais, tem agravado.
Veremos se a experiência é positiva, ou se mais não serviu para acrescentar 50 famílias ao meio milhão de desempregados. Gostava que fosse positiva e que dentro em breve essas famílias possam (sobre)viver sem apoios estatais e aumentar a população daquela vila.
Não é a primeira vez que o estado promove a emigração, e até a segurança social e a taxa de natalidade serão positivamente afectadas. Assim, não faz qualquer sentido o radicalismo da manifestação da extrema direita preocupados com "a exploração de que aqueles brasileiros íam ser alvos". Mas seria bom que em casos futuros não se faça uma descriminação (desta vez por nacionalidade) na escolha das pessoas a quem se faz a oferta de uma oportunidade de vida. "
Do Galo Verde
Pior ainda: "A presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei teve o desplante de dizer há dias que, primeiro, daria emprego às pessoas do concelho e vizinhos, depois a todo o País e só por último aos brasileiros, mas que não tinham aparecido interessados. Acho que se esqueceu de dizer que nunca quis contratar portugueses, já que em Novembro uma jornalista lhe perguntou se não seria melhor recrutar trabalhadores no centro de emprego. Disse que não, pois não era uma mais-valia para o concelho (ler aqui).
Podem ficar a viver em Vila de Rei por um período de três anos, com possibilidade de prolongar por mais três. Findo esse período, podem optar pela dupla nacionalidade. Segundo informação do município, os estrangeiros têm emprego garantido (ler aqui).
1 Comments:
Sobre este tema veja o que eu escrevi em : http://aquidalgodres.blogspot.com
Parece que afinal nao estava sozinho!
Um abraco beirao.
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